São Paulo, terça-feira, 24 de agosto de 2010

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commodities

Vale negocia com Potash, diz agência

Empresa diz que rumores são "infundados"; notícia influenciou movimento das ações, que caíram mais de 2%

Após recusar oferta da BHP, maior produtora de potássio diz "conversar com terceiros", sem citar nomes


DE SÃO PAULO
DO RIO

A Vale iniciou conversas com a fabricante canadense de fertilizantes Potash, que recusou uma oferta hostil de US$ 39 bilhões da BHP Billiton, informou ontem a agência de notícias Bloomberg, citando uma fonte não identificada a par do assunto.
Em nota, a Vale disse que "são totalmente infundados os rumores de que teria feito proposta de compra por empresa produtora de fertilizantes ou de que estaria em negociações com o objetivo de fazer proposta de compra".
A notícia, no entanto, mexeu com as ações da companhia na Bovespa. Os papéis fecharam em queda superior a 2%, refletindo o temor de investidores de uma disputa direta com a BHP pela Potash, que poderia resultar em aumento do nível de alavancagem da empresa.
"A Vale já tem um investimento bastante razoável em fertilizantes. Acho que uma compra desse porte, agora, não se justificaria", afirmou o analista Eduardo Roche, da Modal Asset.
A Potash é a maior produtora de potássio do mundo, o recurso mais escasso para a produção do fertilizante NPK -o mais utilizado para produção de alimentos que têm também fosfato e nitrogênio em sua composição.

LEILÃO
Ontem, em comunicado no qual anuncia a decisão do conselho de rejeitar a oferta da BHP, a Potash informou, sem citar nomes, que iniciou contatos com "um número de terceiros" com interesse em "transações alternativas" que possam maximizar valor aos acionistas.
E recomenda aos acionistas rejeição à oferta da BHP.
Segundo a Bloomberg, o grupo chinês Sinochem, assim como a Vale, também conversa com a Potash.

AVANÇO ESTRATÉGICO
A Vale tem sido incentivada pelo governo a aumentar a extração de insumos para a produção de fertilizantes para reduzir a dependência brasileira de importações.
Antonio Ruiz, analista do Banco do Brasil, diz, porém, que há razões econômicas para o avanço da Vale na extração de potássio e fosfato.
"A receita bruta da empresa está muito concentrada em minérios ferrosos e na Ásia. Para a Vale, é importante diversificar e diminuir a dependência."
Apenas 2% da receita bruta da empresa no segundo trimestre do ano veio do segmento de fertilizantes.


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