São Paulo, quarta-feira, 24 de agosto de 2011

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Confisco de ilha é 'ficção científica', diz advogado

Bem foi adquirido em 1982, antes de período investigado, afirma defesa

Empresário acusado de chefiar suposto esquema de sonegação nega que tenha usado companhias de fachada

GRACILIANO ROCHA
DE SALVADOR

O advogado do dono da distribuidora de produtos químicos Sasil, Paulo Sérgio Cavalcanti, preso sob a suspeita de liderar esquema de sonegação de R$ 1 bilhão, disse que o confisco da ilha particular do empresário parece enredo de "ficção científica".
O grupo Sasil foi o principal alvo da Operação Alquimia, deflagrada na semana passada pela Receita e pela Polícia Federal. Entre os bens confiscados, há uma ilha na baía de Todos-os-Santos.
Segundo Gamil Föppel, advogado de Cavalcanti, a ilha foi adquirida em 1982. As investigações da operação se concentram no uso de empresas de fachada para sonegar impostos pelo Grupo Sasil a partir de 1996. A ilha particular, que hoje vale cerca de R$ 15 milhões, tem edificações luxuosas, píer e até heliponto. O imóvel pertence a Cavalcanti e ao irmão Ismael Cavalcanti Neto, apontados pela PF como mentores da fraude.
Segundo o advogado Roberto Freire Júnior, que defende Ismael, o seu cliente e o irmão dele compraram a ilha juntos nos anos 80 por US$ 25 mil. Ismael deixou de frequentá-la por causa de uma briga com Paulo.
O presidente da Sasil foi preso anteontem ao chegar ao aeroporto de Salvador; ele estava de férias na Espanha. Sua prisão foi decretada no dia 17, quando a PF deflagrou a operação. Todos os seus bens estão indisponíveis.
No depoimento que durou cerca de dez horas, o empresário negou que tenha usado empresas de fachada para simular operações de compra e venda com a Sasil. Na madrugada de ontem, ele foi transferido para o complexo penitenciário da Mata Escura, na capital baiana. Em carta divulgada pelo advogado, o presidente da Sasil chama de "avalanche de acusações absurdas" a investigação e nega ligações com empresas sonegadoras.

BRIGA
Os irmãos Cavalcanti estão com as relações estremecidas desde 2008 por causa de uma briga acionária na empresa Acqua Service Industrial, uma das investigadas.
Ismael Cavalcanti foi preso no dia da operação e teve a prisão temporária renovada anteontem. Ele negou que tenha participado de qualquer esquema de sonegação para beneficiar a Sasil -empresa que deixou em 2002, segundo seu advogado. Ontem à noite, a Justiça Federal negou habeas corpus para Ismael.


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