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Marcas populares globais tornam-se luxo no Brasil
Com preços elevados, empresas focam público nobre no mercado brasileiro
Tributação elevada e problemas logísticos encarecem produtos e exigem que marcas se reposicionem no país
GABRIEL BALDOCCHI
GRAZIELLE SCHNEIDER
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Ao se instalarem no mercado brasileiro, marcas internacionais veem os preços de
seus produtos pressionados
por alta tributação e entraves
logísticos. Os valores levam
os fabricantes ao reposicionamento de sua marca, voltando-a para o público brasileiro consumidor "de luxo".
"Marcas consideradas básicas e comuns no [mercado]
internacional correm o risco
de ser percebidas como marcas de luxo [no Brasil]", afirma Carlos Ferreirinha, consultor para o setor de luxo.
Os tributos levam a maior
parcela da culpa. Os produtos das estrangeiras que são
nacionalizados perdem na
competição com cargas tributárias de outros países. Para os importados, há ainda o
adicional do imposto de importação -que pode chegar
a 35% para os carros.
Especialistas apontam que
preços mais altos no Brasil
são uma forma de as estrangeiras viabilizarem uma operação rentável no país. O
ajuste no preço é ainda mais
importante para os produtos
que não atingem escala.
"Muitas marcas têm como
tradição defender os mercados de origem. A complexidade da expansão [internacional] faz elas cobrarem um
prêmio", aponta o consultor
de varejo Alberto Sorrentino.
Para Arthur Wong, coordenador da marca smart no
Brasil, trazer o carro a um
preço muito baixo não sustentaria os custos.
"Precisamos valorizar a
marca. Se eu tenho uma bolsa Louis Vitton, não posso
vender a R$ 100. É matar a
marca. O smart é da Mercedes-Benz, isso tem valor. Se
eu trabalhar com preços muito baixos talvez isso afete
muito a nossa marca", afirma Wong.
Um modelo vendido a € 13
mil (R$ 31 mil) na Itália custa
cerca de R$ 61.400 no Brasil.
Sorrentino afirma que o
apelo internacional sustenta
a operação das fabricantes.
"Marcas globais são desejadas. A marca sustenta o posicionamento."
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