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Produtos chegam a custar o triplo no país
Embora ainda estejam em lugares nobres, estrangeiras passam por nova adaptação com ascensão da classe C
Empresas pretendem conquistar nova fatiade consumidores ao oferecer parcelamento sem juros nas compras
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
As adaptações das marcas
internacionais se confirmam
na localização das lojas. Nomes como Zara, Starbucks e
Diesel estão em bairros nobres e shopping centers.
Arthur Wong, coordenador da smart no Brasil, explica que a marca faz um estudo
de demanda, com perfil e
renda de moradores de uma
determinada região antes de
abrir concorrência para uma
nova concessionária.
Para André Matias, da Interbrand, além da "fundamental" localização, as fabricantes devem investir em
treinamento para melhor
atendimento.
"Quem vai ao Starbucks,
por exemplo, quer uma experiência. Então é superimportante, nesse caso, um bom
atendimento", diz.
Porém, os consultores sugerem que o foco em um novo público-alvo, decorrente
de uma operação com preços
diferentes dos praticados no
mundo, pode afetar o posicionamento global da marca.
"Se não há uma análise do
preço consistente para marcas globais, você começa a
criar diferentes usuários que
enfraquecem o teu posicionamento", diz Júlio Moreira,
professor de "branding" da
ESPM (Escola Superior de
Publicidade e Marketing).
Ele mostra preocupação
com o smart. "Na Europa, ele
é acessível; é um carro dos jovens, um primeiro carro. No
Brasil, ele virou um carro de
madame, que usa ele como
um brinquedinho", afirma.
O coordenador da marca
no Brasil, no entanto, reforça
que a operação está adequada à realidade. "Se você tirar
toda a carga tributária, vai
ver que é muito parecido."
"TROPICALIZAÇÃO"
A recuperação do poder de
compra da classe média brasileira e o aumento da renda
na classe C, porém, fazem
com que um novo posicionamento das marcas internacionais comece a surgir: a
busca pela popularização.
"Essas marcas dependem
de volume. Elas não são marcas que vendem poucos produtos para poucas pessoas
porque senão a conta delas
não fecha nunca", explica
Carlos Ferreirinha, consultor
para o setor de luxo.
O processo de adaptação
das marcas internacionais ao
Brasil é definido por Matias
como "tropicalização".
Para Ferreirinha, o primeiro ponto a ser considerado
são as condições de pagamento. "É um elemento fundamental de sedução e de encantamento de uma base
maior de consumidores."
A Apple é um exemplo de
empresa estrangeira que tenta se popularizar por meio da
facilidade de pagamento.
De acordo com a empresa,
a loja on-line do país é a única do mundo em que é possível parcelar em 12 vezes sem
juros no cartão de crédito.
Além disso, os produtos já
estão disponíveis em redes
como Ponto Frio, e em sites
como Americanas.com e
Submarino.
(GABRIEL BALDOCCHI e GRAZIELLE SCHNEIDER)
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