São Paulo, domingo, 24 de outubro de 2010

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País procura repatriar "cérebros" perdidos

Multinacionais abrem programas para levar famílias inteiras de volta para a Índia

EM MUMBAI

Tradicional exportadora de cérebros, a Índia agora está batalhando para trazer de volta parte da mão de obra superqualificada perdida.
Empresas como Motorola, HP, Infotech, Network Appliance e Wipro têm programas internos para repatriar funcionários dos EUA e da Europa. Os melhores postos são em tecnologia e finanças.
No anúncio da HP, os candidatos devem ter doutorado em Ciências da Computação ou em Engenharia Elétrica, além de habilidade para fazer pesquisa e "evangelizar" equipes de prestígio global.
No pacote de benefícios estão carro com motorista e babá para os filhos, mordomias fora da realidade nos EUA, além de custos iniciais de moradia -o país vive um "boom" imobiliário.
Dez anos após emigrar para os EUA, o engenheiro Shivalik Prasad, 34, deixou o posto em uma empresa de tecnologia da Califórnia para trabalhar em Bangalore, o Vale do Silício indiano.
Foi com a mulher e dois filhos para trabalhar em uma fornecedora de equipamentos GPS. Em um ano e meio foi promovido duas vezes até chegar a diretor comercial em Mumbai, centro financeiro do país. "Me perguntavam por que voltar se eu e minha mulher tínhamos um trabalho bom nos EUA. Não era dinheiro nem saudades. Queríamos viver essa mudança."
Nascido e criado em Londres, Atma Shivalanka, 28, deixou há dois anos uma carreira promissora no banco Barclays, como operador de contratos de petróleo, para abrir a sua própria empresa no ramo na Índia.
Agora, faz MBA na IBS (Índia Business School) para se "adaptar" aos negócios no país. "Muitos jovens da comunidade indiana britânica estão vindo para cá. Vem os filhos e ficam os pais."
Após iniciar a carreira na Bolsa de Mumbai, Chandrasekhar Goda, hoje com 34, foi trabalhar nos EUA em 2001, época da bolha da internet. em uma empresa pontocom.
A bolha estourou, mas ele sobreviveu em Wall Street até a última crise, em 2009.
Em fevereiro, voltou para a Índia para buscar oportunidades no setor financeiro. "O clima está bem melhor aqui."


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