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Trabalhadores sofrem com os efeitos da crise na citricultura
DE RIBEIRÃO PRETO
Os trabalhadores da lavoura de laranja também sofrem com os efeitos da crise
da citricultura na região de
Ribeirão Preto.
Com pomares cada vez
menores e baixa produtividade, os colhedores têm ficado mais tempo desempregados e são obrigados a procurar "bicos" para garantir a
renda da família.
Na safra deste ano, o problema se agravou. A seca extrema não favoreceu o desenvolvimento dos frutos e os
colhedores trabalharam menos. As demissões, que só
ocorriam em dezembro, começaram em outubro.
O colhedor Edivaldo Pereira Matos, 44, só conseguiu
emprego na lavoura de laranja durante quatro meses.
Um acordo costurado pelo
Sindicato dos Empregados
Rurais de Ribeirão Preto prolongou o trabalho por um
mês, mas não foi o suficiente
para resolver o problema.
"Estou desempregado desde outubro e agora vou tentar
um "bico" como garçom. O
problema é sobreviver de "bicos" até o início da próxima
colheita, em junho do ano
que vem", disse Matos.
Ele e a mulher, Edimara
Cristina Lourenço, 37, são colhedores de laranja há dez
anos. Por mês, conseguem
ganhar, juntos, R$ 1.020 na
lavoura.
Eles dizem que o dinheiro
mal dá para comprar alimentos, pagar as contas de água e
de energia elétrica e bancar a
educação da filha de 12 anos.
Na época de "bicos", a situação fica pior.
O sindicato tem cerca de
3.500 associados. A maioria
deles (2.500) mora em Bebedouro, segundo o presidente
da instituição, Gonçalves dos
Santos.
"Não há saída. Essa é a
nossa realidade e a cada dia
se reduz uma lavoura de laranja na região", disse.
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