São Paulo, quarta-feira, 24 de novembro de 2010

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Trabalhadores sofrem com os efeitos da crise na citricultura

DE RIBEIRÃO PRETO

Os trabalhadores da lavoura de laranja também sofrem com os efeitos da crise da citricultura na região de Ribeirão Preto.
Com pomares cada vez menores e baixa produtividade, os colhedores têm ficado mais tempo desempregados e são obrigados a procurar "bicos" para garantir a renda da família.
Na safra deste ano, o problema se agravou. A seca extrema não favoreceu o desenvolvimento dos frutos e os colhedores trabalharam menos. As demissões, que só ocorriam em dezembro, começaram em outubro.
O colhedor Edivaldo Pereira Matos, 44, só conseguiu emprego na lavoura de laranja durante quatro meses.
Um acordo costurado pelo Sindicato dos Empregados Rurais de Ribeirão Preto prolongou o trabalho por um mês, mas não foi o suficiente para resolver o problema.
"Estou desempregado desde outubro e agora vou tentar um "bico" como garçom. O problema é sobreviver de "bicos" até o início da próxima colheita, em junho do ano que vem", disse Matos.
Ele e a mulher, Edimara Cristina Lourenço, 37, são colhedores de laranja há dez anos. Por mês, conseguem ganhar, juntos, R$ 1.020 na lavoura.
Eles dizem que o dinheiro mal dá para comprar alimentos, pagar as contas de água e de energia elétrica e bancar a educação da filha de 12 anos. Na época de "bicos", a situação fica pior.
O sindicato tem cerca de 3.500 associados. A maioria deles (2.500) mora em Bebedouro, segundo o presidente da instituição, Gonçalves dos Santos.
"Não há saída. Essa é a nossa realidade e a cada dia se reduz uma lavoura de laranja na região", disse.


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