São Paulo, sexta-feira, 25 de março de 2011

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Dilma troca direção da CEF e atende PMDB

Jorge Hereda, vice responsável pelo PAC, assume presidência do banco no lugar de Maria Fernanda Ramos Coelho

Presidente se desgastou com caso Pan; Geddel ganha uma vice, e PMDB ainda indicará três novos nomes

DE BRASÍLIA

A presidente Dilma Rousseff decidiu mudar o comando da Caixa Econômica Federal e começou a atender pedidos de nomeações do PMDB na instituição. A troca na CEF vinha sendo negociada desde o início de março, conforme a Folha antecipou.
A atual presidente, Maria Fernanda Ramos Coelho, foi substituída pelo vice-presidente de Governo, Jorge Hereda. O peemedebista Geddel Vieira Lima foi nomeado para a vice-presidência de Pessoa Jurídica.
Cobiçada pelo PMDB, a vice-presidência de Loterias e Fundos ficou temporariamente vaga com a saída de Joaquim Lima de Oliveira, transferido para a de Tecnologia. O nome indicado pelos peemedebistas do Rio, Francisco Nonato, foi vetado pelo Planalto. O PMDB indicará três novos nomes.
Hereda venceu a disputa interna no PT pelo comando do banco estatal, que tem entre as suas principais missões dar prosseguimento à construção dos imóveis populares previstos no Minha Casa, Minha Vida.
Ele já era o responsável pelo programa, uma das bandeiras de campanha de Dilma. Maria Fernanda, que teve a imagem desgastada com as fraudes ocorridas no banco PanAmericano, deverá representar o Brasil no BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento).
Outros cinco vice-presidentes foram substituídos ou mudaram de área, incluindo as de Pessoa Jurídica e de Tecnologia.
A troca na cúpula do banco controlado 100% pela União ocorreu quatro meses após a descoberta de rombo de R$ 4,3 bilhões no PanAmericano. Metade do banco, que pertencia a Silvio Santos, foi comprada pela Caixa no fim de 2009. Apesar de o governo ter conseguido evitar a quebra do banco e vendê-lo ao BTG Pactual, o caso ainda não foi encerrado.
A contabilidade do banco referente ao segundo semestre de 2010, período em que a fraude foi descoberta, não foi passada a limpo pela administração que assumiu o Pan logo após o escândalo.
Até o fim do mês, a Caixa terá de digerir os números, já que o banco será devidamente incorporado pela instituição no balanço do primeiro trimestre deste ano.
Segundo assessores do governo, esse foi um dos motivos que pesaram para Márcio Percival, vice-presidência de Finanças e responsável pela compra do Pan, ter ficado.

PAC
A indicação de Hereda ganhou força por ele ter bom trânsito com prefeitos, em especial os que têm em suas cidades grandes obras do PAC.
Os prefeitos reclamavam de a Caixa emperrar as obras, criando dificuldades para a execução -e atribuíam ao fato de Maria Fernanda ser de carreira, muito técnica.
Hereda é ligado ao grupo do PT de São Paulo e sofria oposição interna do PT gaúcho, representado pela até então vice de Tecnologia e Informação, Clarice Coppetti, que deixou o cargo ontem.
Ela pode ainda ser transferida para a área de Loterias e Fundos, caso o governo não aceite nenhum nome da lista tríplice do PMDB.
Além de Coppetti, o vice de Gestão de Ativos de Terceiros, Bolívar Moura Neto, também era contra a promoção de Hereda e perdeu o cargo.
Bolívar será substituído por Marcos Roberto Vasconcellos, que está deixando a vice de Controle e Risco. Para essa área foi nomeado Rafael Rezende Neto.
Outra mudança foi a troca de Carlos Augusto Borges por José Henrique Marques da Cruz na vice de Atendimento e Distribuição. José Urbano Duarte assume a vice-presidência ocupada por Hereda.


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