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Procura por trabalho faz desemprego subir
Economia aquecida ampliou o número de pessoas em busca de ocupação, diz o IBGE
PEDRO SOARES
DO RIO
O aquecimento da economia estimulou a entrada de
mais pessoas no mercado de
trabalho e ampliou a procura
por uma ocupação.
Diante desse movimento,
a taxa de desemprego interrompeu a tendência de queda e ficou em 7,5% em maio
-fora de 7,3% em abril.
Apesar da alta, trata-se da
menor taxa para os meses de
maio desde o início da série
histórica do IBGE, em 2002.
Já a inflação maior, devido
à alta dos alimentos, corroeu
o poder de compra do trabalhador e levou o rendimento
a registrar, em maio, sua primeira queda neste ano.
O indicador cedeu 0,9%
na comparação com abril. A
última retração havia ocorrido em dezembro de 2009,
também de 0,9%.
"Há forte crescimento da
economia e isso serve como
estímulo para a procura por
trabalho. Já o rendimento sofreu o impacto da inflação
maior", disse Cimar Azeredo
Pereira, gerente da Pesquisa
de Emprego do IBGE.
Animadas por boas perspectivas, 111 mil pessoas entraram no mercado de trabalho de abril para maio, mas
só 57 mil se empregaram.
Segundo Fábio Romão, da
LCA, o "efeito alento" -pelo
qual as pessoas "vislumbram
maior empregabilidade"- ficou mais claro em maio e resultou no retorno de trabalhadores ao mercado e no
consequente aumento da taxa de desemprego no país.
Para Pereira, porém, tanto
a queda da renda como a parada da redução da taxa de
desemprego não representam retrocesso na tendência
de recuperação do mercado
de trabalho pós-crise.
A taxa de desemprego, diz,
está menor do que em maio
de 2009 (8,8%), o rendimento cresceu na comparação
anual (2,7%) e aumentou a
formalização.
O total de trabalhadores
com carteira assinada chegou ao recorde de 46,3% em
maio; em São Paulo e em Porto Alegre já são quase metade
da força de trabalho.
Diante da escassez da oferta de trabalho, a renda cresceu de abril para maio apenas em dois setores: indústria (3,7%) e construção civil
(2,1%), ramos bastante afetados pela crise e que agora lideram a retomada do crescimento econômico.
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