São Paulo, sexta-feira, 25 de junho de 2010

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Rede japonesa Uniqlo prepara entrada no Brasil

Empresa com foco em roupa básica quer abrir no mundo 500 lojas por ano

Ação de marketing da empresa, um aplicativo para computador e celular, ganhou prêmio máximo em Cannes


Loja da Uniqlo em Xangai; comparada a Zara e H&M, rede com foco em roupa básica quer ampliar presença no exterior

MARIANA BARBOSA
ENVIADA ESPECIAL A CANNES

A Uniqlo, rede de roupas básicas e uma das marcas mais valiosas do Japão, tem planos de abrir loja no Brasil.
A informação é do diretor criativo da empresa, Kentaro Katsube, em entrevista à Folha durante o festival Cannes Lions 2010, espécie de Oscar da publicidade. "O Brasil é um país estimulante, com uma economia importante e muita criatividade."
Segundo o executivo, que fez uma palestra durante o festival de publicidade sobre a transformação da Uniqlo em uma marca global, a expansão para o Brasil deve acontecer "no médio prazo".
"Neste ano vamos nos concentrar na Ásia, mas o Brasil está no radar para próximos três a quatro anos."
A Uniqlo nasceu no subúrbio de Hiroshima em 1984 como Unique Clothes. Explodiu no Japão nos anos 90, enquanto o país estagnava.
Mas foi em 2006, quando abriu sua primeira loja em Nova York, no Soho, que a marca se transformou. A receita, que foi de US$ 3,5 bilhões em 2006, deve passar de US$ 9 bilhões neste ano.

RELÓGIO PREMIADO
Com uma identidade ligada à juventude japonesa moderna, a marca conquistou o mundo de uma forma inusitada: a partir de um aplicativo de relógio para baixar no computador ou no smartphone, o Uniqlock.
Ao longo do ano, o relógio mostrava cenas, que nunca se repetiam, de pessoas dançando com as roupas da grife e trazia um link direto para a loja virtual. A ação, premiada em Cannes com o prêmio máximo do festival, o troféu Titanium, atingiu 68 milhões de pessoas -que baixaram o aplicativo-, em 208 países.
Mais recentemente, a Uniqlo lançou calendário com imagens do Japão em todas as estações, aplicativo que se espalhou pelas redes sociais de forma ainda mais rápida.
Com 800 lojas no Japão e 140 no exterior, a Uniqlo tira só 10% de sua receita do exterior. Mas o plano de expansão do Fast Retailing, dono da Uniqlo, é ambicioso: 500 novas lojas por ano nos próximos três a cinco anos. Na China, quer pular de 54 para mil lojas, nesse período.
Até 2015, a receita com as lojas no exterior deve ultrapassar a gerada no Japão.
Apesar de comparada à espanhola Zara e à sueca H&M, que faturam US$ 16,5 bilhões e US$ 14,5 bilhões respectivamente, a Uniqlo tem um modelo de negócios diferente.
Zara e H&M trabalham sob o conceito de "fast fashion", com alta velocidade de renovação das coleções. Já a Uniqlo tem menos variedade e mantém as mesmas peças nas lojas por mais tempo.


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