São Paulo, sábado, 25 de dezembro de 2010

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ANÁLISE

Internacionalização de empresa brasileira é caminho sem volta


A REALIZAÇÃO DE INVESTIMENTOS DIRETOS NO EXTERIOR DEVE CONSTITUIR UMA FERRAMENTA VISANDO O DESENVOLVIMENTO


LUIS AFONSO LIMA
ESPECIAL PARA A FOLHA

A internacionalização de empresas de países em desenvolvimento não é mais uma opção a ser feita, mas uma realidade que ganhou, vem ganhando e ganhará cada vez mais espaço nos próximos anos.
As empresas brasileiras não são exceção. Trata-se de um caminho sem volta, levado a cabo por empresas de economias emergentes com vistas a ganhos de competitividade necessários para a sobrevivência dessas transnacionais não apenas na arena global, mas até nos mercados domésticos.
Nessa busca pela competitividade, os fluxos de investimento direto estrangeiro originados em economias latinas foram superados pelos fluxos de IDE originados em economias asiáticas.
Esse movimento vem sendo realizado pelo setor privado de economias emergentes seja com, seja sem, ou seja contra o governo.
Isso não significa que não haja espaço para políticas públicas no Brasil voltadas à internacionalização. Pelo contrário. Esse espaço há, contempla desafios complexos, e precisa ser preenchido.
A realização de investimentos diretos no exterior não deve constituir um objetivo "per se", mas sim uma ferramenta para atingir o desenvolvimento.
Portanto, o que cabe aos formuladores de políticas públicas agora não é questionar se as empresas brasileiras devem ou não devem se internacionalizar, mas sim criar um ambiente de negócios favorável, estimular a competitividade, criar as condições de concorrência no mercado internacional e assegurar o máximo de benefícios para o país.
O Brasil está aquém de outros países emergentes nesse fronte. A complexidade desse desafio aumenta por conta do fato de que não há um caminho único a ser percorrido. Há diferentes opções de políticas públicas possíveis já utilizadas em países desenvolvidos.
O que se pergunta, entretanto, é o quanto essas políticas são adequadas para economias em desenvolvimento como o Brasil. O que devemos buscar é um caminho que reúna as melhores práticas dos países já desenvolvidos e em desenvolvimento, combinadas com o que achamos ser mais aplicável ao tipo de crescimento que queremos para o país.
Criação de valor adicionado, ganhos de competitividade, desenvolvimento da capacidade de inovação: esses são os benefícios que a internacionalização pode nos proporcionar.

LUIS AFONSO LIMA é diretor-presidente da Sobeet (Sociedade Brasileira de Estudos de Empresas Transnacionais e da Globalização Econômica).


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