São Paulo, sábado, 25 de dezembro de 2010

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Trem-bala no Brasil é viável, diz especialista

DE PEQUIM

Um dos principais especialistas em trem de alta velocidade do mundo, o espanhol Iñaki Barrón afirma que o projeto entre Rio e São Paulo é viável, mas que o governo brasileiro ainda precisa definir melhor como será a sua participação. Barrón é diretor do Departamento de Passageiro e Alta Velocidade da União Internacional de Ferrovias (UIC, na sigla em inglês), que reúne as principais empresas e entidades do setor -a ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) acaba de se filiar. A seguir, a entrevista concedida à Folha em Pequim, onde participou do congresso mundial do setor.

 


Folha - O governo adiou o leilão depois que só um consórcio se interessou pela construção do trem-bala. Qual a sua avaliação?
Iñaki Barrón
- Isso é normal, porque são projetos complexos, há muito dinheiro envolvido. O importante é que o governo esclareça a sua posição sobre quanto vai colocar e quanto quer receber como benefício social. Um projeto de trem de alta velocidade apenas privado não é possível. É preciso ter uma participação pública mínima de 50%.

Há dúvidas sobre qual é a parte do governo brasileiro?
Os que querem investir do setor privado precisam saber onde vão colocar o seu dinheiro e o que vão obter. E o Estado tem de justificar o dinheiro público, saber os benefícios sociais.

É viável adaptar a rede ferroviária já existente?
Não. A estrutura para o trem de alta velocidade não é facilmente adaptável. É preciso ver a eletrificação, as estações, o meio ambiente.

Dá tempo para a Olimpíada?
Sim, se começar já.

A China tem o sistema mais amplo, os trens mais rápidos e o custo mais baixo. Como isso foi possível?
A China se parece com o Japão pós-guerra. Eles foram copiando tudo e desenvolviam tecnologia. Sabemos que os chineses usaram tecnologias alemã e japonesa para o trem mais rápido do mundo. (FM)


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