São Paulo, sábado, 26 de fevereiro de 2011

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75% das indústrias pretendem investir em 2011, diz Fiesp

Recursos serão usados, principalmente, na compra de equipamentos; no curto prazo, importações causam receio

DE SÃO PAULO

Pesquisa da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) revela que 75% dos fabricantes no Estado devem investir neste ano. Apesar disso, a curto prazo, eles receiam aumentar a produção: 48% informaram que, até junho, não elevarão a atividade em relação ao patamar do fim do ano passado.
O levantamento foi feito com 326 indústrias no Estado entre dezembro e janeiro.
Walter Sacca, diretor do Departamento de Economia da Fiesp, afirma que as empresas não têm segurança para aumentar a produção a curto prazo por causa da concorrência dos importados. Segundo ele, os novos aumentos previstos para a Selic (taxa básica de juros) também dificultam os projetos.
"Só vai investir quem tem capital próprio", diz o representante da entidade. Os dados da Fiesp mostram que, entre os que pretendem investir, 74% afirmaram que usarão recursos próprios. Quase 40% disseram que o farão via BNDES/Finame (que financia a aquisição de máquinas e equipamentos).
Menos de 30% das companhias relataram que recorrerão aos bancos comerciais no país e só 4% optarão por financiamento externo. "Não há problema em conseguir empréstimos hoje. O mercado está líquido. O problema é pagar", diz Sacca, enfatizando o aumento dos juros.
A compra de máquinas é o principal objetivo dos investimentos em 2011. Segundo a pesquisa, 71% das empresas destinarão recursos para adquirir equipamentos, 60% informaram investimentos em sistemas de produção, 35%, em ampliação ou aquisição de unidades, 28%, em tecnologia da informação e 17% alocarão capital em pesquisa e desenvolvimento.
Na pesquisa, os empresários podiam relatar mais de uma origem para os projetos.
A Fiesp também revela que mais da metade dos empresários não planeja contratar no primeiro semestre. O dado, entretanto, tem influência sazonal: o setor, tradicionalmente, emprega mais no segundo semestre.

SOBREVIVÊNCIA
Para o Iedi (Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial), mesmo com a perda de mercado da indústria nacional para os produtos importados, os fabricantes nacionais sabem que precisam investir "por uma questão de sobrevivência".
Rogério de Souza, economista-chefe do Iedi, diz que o setor perdeu competitividade tanto nas importações quanto nas exportações.
"A busca pela competitividade é, atualmente, a grande corrida da empresa nacional. Investir para se tornar mais produtiva e competitiva, num contexto de forte exposição aos mercados internacionais, é o que cabe às empresas e, o que tudo indica, é o que elas estão fazendo."
(VERENA FORNETTI)


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