São Paulo, sábado, 26 de fevereiro de 2011

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Consultorias ajudam empresas a inovar

Empresas ensinam clientes a usar incentivo fiscal e a obter recursos para estimular pesquisa e criação de novos produtos

A Allagi, que nasceu em 2004 dentro da Unicamp, hoje tem 50 clientes e fechou 2010 com R$ 12 mi em receita

Luiza Sigulem/Folhapress
Bruno Rondani, sócio-fundador da Allagi, uma consultoria de inovação que nasceu em 2004, dentro da Unicamp

SABINE RIGHETTI
DE SÃO PAULO

Inovar no Brasil é uma matemática difícil, mas que pode ser aprendida. É nisso que apostam as consultorias de inovação, empresas que têm crescido, em faturamento e em clientes, com o objetivo de estimular a originalidade.
"A gente ajuda, por exemplo, o cliente a usar incentivos fiscais e a conseguir recursos para desenvolver um novo produto", explica o engenheiro Bruno Rondani.
Ele é sócio-fundador da Allagi, uma consultoria de inovação que nasceu em 2004, dentro da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), onde os demais sócios também estudaram.
Hoje, a Allagi tem um escritório na cobertura de um dos pontos comerciais mais caros de São Paulo, 50 clientes ativos e fechou 2010 com receita de R$ 12 milhões.
A empresa está, por exemplo, auxiliando a IBM a instalar um laboratório de pesquisa no Brasil -e acabou de conseguiu R$ 25 milhões em subvenção econômica para a empresa, por meio de três projetos de inovação.
"Trabalhamos até no convencimento da matriz para que traga inovação para as filiais no Brasil", explica.

PARADOS NO TEMPO
De acordo com Rondani, as empresas brasileiras e as filiais de multinacionais não "aprenderam" a inovar, dentre outros motivos, porque não havia competitividade.
Mas a abertura econômica na década de 1990 fez com que as empresas tivessem de "se virar" para conquistar clientes, reduzir preços e lançar produtos para competir em todo o mundo.
Uma das primeiras a perceber o filão foi a Pieracciani, empresa de 1994. "Começamos trabalhando com gestão de qualidade, mas percebemos que a inovação seria um motor da competitividade nacional", diz Valter Pieracciani, criador da consultoria.
Hoje, a Pieracciani tem 34 clientes ativos e teve receita de R$ 15 milhões em 2010.
Mas a ideia dessas empresas, de acordo com Bruno Moreira, sócio-fundador do Instituto Inovação, é que os clientes caminhem sozinhos.
Uma das empresas do seu grupo, a Inventta, faz consultoria "clássica" de inovação. "As empresas aprendem a conseguir incentivos fiscais e ficam independentes de nós", explica Moreira.
"Mas a consultoria acaba ajudando posteriormente, como na sua gestão." Hoje, a Inventta tem 30 clientes.
O que importa, dizem as consultorias, é introduzir e consolidar o processo de inovação. "A maioria das empresas sabe quanto gasta de pessoal ou marketing, mas não tem ideia de quanto gasta com inovação e qual é o retorno disso", diz Pieracciani.


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