São Paulo, sábado, 26 de fevereiro de 2011

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Mensalidades escolares sobem mais neste ano

Um dos motivos é a procura pelo ensino privado por classes de menor renda

Dados da FGV mostram que, na média, cursos subiram 6,49% no 1º bimestre deste ano, ante 4,47% em 2010

PEDRO SOARES
DO RIO

Matricular ou manter os filhos no colégio particular ficou mais caro neste ano. Um dos motivos é a ascensão das classes de menor renda, que passaram a consumir esse serviço graças ao avanço do rendimento dos mais pobres nos últimos anos.
Levantamento do Ibre/ FGV (Instituto Brasileiro de Economia da FGV), feito a pedido da Folha, mostra que todos os cursos formais, exceto os de nível superior, tiveram alta acumulada nos dois primeiros meses deste ano maior que o resultado de janeiro e fevereiro de 2010.
Na média, os cursos subiram 6,49% no período (nos mesmos meses de 2010, 4,47%). Mas, nas escolas de ensino fundamental, médio e pré-escolas, o aumento das mensalidades superou 8%.
Concentrados nos dois primeiros meses do ano, os reajustes fizeram o grupo educação registrar alta de 5,71% no período (3,78% em 2010).
Com o crescimento da procura por colégios particulares nos últimos anos, as escolas conseguiram implementar reajustes maiores nas mensalidades, segundo o economista Luiz Roberto Cunha, economista da PUC-RJ.
"Mais famílias puderam migrar para o ensino privado graças ao aumento da renda das classes mais baixas. A maior procura valida reajustes mais altos e repasses de custos", diz Cunha.
André Braz, economista da FGV, também diz que a demanda aquecida proporcionou os reajustes elevados.
O economista afirma que, na média, os serviços de educação só não aumentaram mais por conta da forte concorrência entre as faculdades. Como subiram menos (4,25% em janeiro e fevereiro), diz, os cursos superiores ajudaram a conter o reajuste médio dos cursos formais.
José Augusto de Mattos Lourenço, presidente da Federação Nacional das Escolas Particulares, diz que os reajustes mais altos neste ano refletem a expansão de custos acima da inflação.
Os dados da FGV mostram também altas expressivas em cursos não regulares. É o caso dos de língua estrangeira, que subiram 8,61% em janeiro e fevereiro.


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