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Acordo ampliará voos para a Europa
Estimativa da Anac é que a mudança resultará em passagens aéreas a preços mais baixos para o consumidor
Acordo a ser firmado pelo Brasil com a União Europeia permitirá a criação de mais voos diretos para as capitais
JANAINA LAGE
CIRILO JUNIOR
DO RIO
O governo brasileiro definiu as bases para um acordo
com a União Europeia com o
objetivo de ampliar o número
de voos entre o Brasil e os
países da região.
A partir do final do ano, as
companhias aéreas europeias passarão a ser classificadas como "comunitárias".
A mudança de nomenclatura
permitirá a realização de
mais voos diretos para as capitais europeias.
Atualmente, a definição
de voos entre o Brasil e os
países da região é negociada
por acordos bilaterais discutidos com cada país.
Pelas regras atuais, hoje
um voo direto entre o Brasil e
a França, por exemplo, só pode ser realizado por empresas brasileiras ou francesas.
Após a mudança, qualquer empresa europeia interessada em operar essa rota
poderá criar voos diretos.
A condição é que se disponha a contar com alguém que
possa responder juridicamente pela empresa no país
de onde sai o voo.
Segundo Bruno Dalcolmo,
superintendente de Relações
Internacionais da Anac
(Agência Nacional de Aviação Civil), a tendência é que a
mudança contribua para a
redução dos preços das passagens aéreas.
"A expectativa é de aumento do número de voos,
da conectividade e do número de passageiros transportados", disse Dalcolmo.
MERCADO DOMÉSTICO
Dalcolmo ressalta que as
mudanças não incluem a
possibilidade de operação de
rotas no mercado doméstico
pelas empresas europeias.
"Esse tipo de operação é salvaguardada por lei e cabe a
empresas brasileiras", disse.
O comissário de Transportes da União Europeia, Siim
Kallas, não descarta o eventual interesse das companhias europeias por esse segmento no futuro.
"Por que não? Essa é uma
questão de abertura de mercado, que normalmente gera
mais competição, tecnologia
e desenvolvimento", questionou Kallas.
A questão é particularmente sensível para as empresas nacionais, que temem
a entrada das estrangeiras no
mercado doméstico.
Para Kallas, trata-se de
uma questão de competitividade e preços em conta.
Até agora as discussões se
restringem à harmonização
de padrões de segurança e regras operacionais.
Segundo Kallas, o estreitamento das relações entre
Brasil e UE no setor aéreo é
uma demanda das empresas
e dos turistas, em busca de
preços e horários razoáveis.
Além do aumento do número de voos, o acordo com a
União Europeia permitirá a
certificação no Brasil de produtos aeronáuticos, uma medida que, segundo a presidente da Anac, Solange Vieira, beneficiará as exportações da Embraer.
A expectativa é que haja
um aumento de 20% nos negócios e redução do prazo para exportação e importação
de equipamentos.
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