São Paulo, sábado, 26 de junho de 2010

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VAIVÉM

MAURO ZAFALON mauro.zafalon@uol.com.br

Brasil segue "halal" e vende mais a muçulmanos

O mercado externo se torna cada vez mais sofisticado e exigente para os produtos do agronegócio, obrigando os principais países exportadores a se adaptarem a essas exigências.
De olho em um mercado com renda crescente e demanda cada vez maior por alimentos -o da população islâmica-, as empresas brasileiras do setor agropecuário adaptam sua produção às exigências do "halal".
O termo significa produto lícito para consumo e que, durante o processo de produção, teve respeitados quesitos sanitários e religiosos.
As primeiras adaptações brasileiras às exigências desse processo ocorreram na produção de carnes -bovina e de frango. Hoje, o país é um dos principais fornecedores desses produtos.
Aumenta, no entanto, a lista de itens inseridos nesse processo: açúcar, suco de uva, água. Nas últimas semanas, novos produtos foram inseridos nessa lista: derivados de óleos e ovos.
Jorge Gaidzinski Carneiro, da Level Trade, empresa que reuniu um grupo de produtores de ovos do Paraná, destaca as peculiaridades e as exigências desse mercado.
Os ovos, por exemplo, são vendidos individualmente no Oriente Médio, e cada unidade tem de ter um carimbo e a data de validade.
César Borges de Souza, da Caramuru, empresa que teve nove produtos processados certificados no processo "halal", diz que a certificação mostra a qualidade da produção e a possibilidade da abertura de novos caminhos para os produtos de maior valor agregado.
O potencial do mercado de alimentos nesses países é de US$ 580 bilhões, sendo que entre US$ 120 bilhões e US$ 130 bilhões estão concentrados nos 22 países árabes.
Michel Alaby, secretário da Câmara de Comércio Árabe-Brasileira, diz que o potencial de crescimento para as empresas brasileiras é grande. A população muçulmana é de 2,2 bilhões de pessoas, sendo que 340 milhões estão nos países árabes.

Mais retirada O Usda comunica que está sendo retirado do mercado mais um lote de carne brasileira com teor de ivermectina superior ao permitido. A carne pertence à unidade de Lins do JBS, que já havia tido parte do produto recolhido em maio pelo mesmo motivo.

Localizado Sobre a presença de ivermectina na carne, a Abiec soltou comunicado ontem, distribuído inclusive no exterior, esclarecendo que o problema é localizado e ocorre apenas em uma unidade industrial brasileira.

Carne boa "Essa inconformidade encontrada em lotes do produto destinado ao mercado americano não significa que toda a carne exportada pelos frigoríficos brasileiros para os EUA está imprópria para o consumo", diz o comunicado.

Em alta O preço do álcool hidratado subiu para R$ 0,7426 nesta semana nas usinas paulistas, uma alta de 0,6%. O dado é do Cepea e não contém impostos.

Descoberta Jornais estrangeiros começam a descobrir a qualidade dos espumantes brasileiros. Dirceu Scottá, da Dal Pizzol, diz que essa descoberta fica clara nos concursos, onde as empresas brasileiras têm conseguido prêmios até mesmo em regiões tradicionais de produção. A empresa obteve medalha de prata na França.

Foco Clima, solo, uvas melhoradas e tecnologia garantem a qualidade, afirma Scottá. Grandes ou médias, todas as vinícolas brasileiras têm obtido prêmios no exterior. Na semana passada, avaliação no "Times" indica a Millésime, da Miolo, como uma das melhores da América do Sul.

Com KARLA DOMINGUES

ALGODÃO
+1,75%
Ontem, no mercado interno

AÇÚCAR
+2,79%
Ontem, em Nova York


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