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Múltis investem pouco em inovação no país
Estudo mostra otimismo de executivos com o Brasil, mas ressalta falhas em educação
ÉRICA FRAGA
DE SÃO PAULO
A atração de empresas
multinacionais para o Brasil
ainda não se traduziu em ganhos de inovação tecnológica significativos para o país.
Segundo pesquisa inédita
feita pela consultoria Economist Intelligence Unit (EIU) a
pedido do HSBC, 67,4% das
empresas estrangeiras entrevistadas afirmaram que somente algo entre zero e 10%
dos produtos e serviços que
comercializam no Brasil foram desenvolvidos localmente nos últimos três anos.
Mesmo entre as empresas
brasileiras, 19% deram a
mesma resposta. Apenas
35% afirmaram que mais de
90% dos produtos e serviços
vendidos localmente foram
concebidos no país.
Dos 536 executivos de 12
países e 18 setores ouvidos
pela EIU (brasileiros e estrangeiros), 57% não possuem
nem pretendem ter uma unidade dedicada a desenvolvimento e pesquisa no país no
curto prazo, embora tenham
indicado que pretendem elevar o percentual de produtos
desenvolvidos localmente.
A explicação para esse resultado pífio na área de inovação também é indicada pela pesquisa. Entre os entrevistados, 46% citaram a relativamente baixa capacitação
da mão de obra brasileira como barreira para a sua capacidade de inovar no país.
A pesquisa -que será divulgada hoje pelo HSBC como parte do Festival Brasil,
que o banco promove em
Londres- confirmou a percepção de que o Brasil está
na moda entre investidores.
Entre os entrevistados pelo levantamento, 49% veem
o país como ""um mercado jovem e de crescimento rápido,
no mesmo nível que a China,
a Índia e a Rússia".
""O estudo mostra os enormes avanços, principalmente macroeconômicos, atingidos. Mas também revela desafios importantes", diz Andre Loes, economista-chefe
do HSBC no Brasil.
As deficiências na área de
inovação são 1 dos 4 desafios
que a EIU identificou que o
Brasil precisa vencer para
atingir taxas de crescimento
sustentáveis acima de 5%.
As outras são sistema educacional ainda falho, falta de
atratividade que as marcas
brasileiras exercem em consumidores no exterior e deficiências em infraestrutura.
Entre os entrevistados,
84% disseram que os nomes
das marcas brasileiras ou são
pouco reconhecidos ou não
muito bem vistos lá fora.
Já problemas de infraestrutura foram citados por
49% dos entrevistados como
o maior obstáculo operacional que enfrentam no Brasil e
que chegam a aumentar os
custos de distribuição de produtos em até 25%.
""Promover melhorias em
infraestrutura no curto prazo
será relativamente mais fácil,
se houver ajuste fiscal e mais
parcerias com o setor privado. Já os desafios em educação e inovação são maiores, e
os esforços nessas áreas,
muito incipientes", diz Loes.
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