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Irlanda ataca agência após rebaixamento
Na terça, Standard & Poor's havia reduzido a nota do país, que é usada para orientar investidores sobre risco de calote
Executivo da agência que controla os bônus da Irlanda diz que a análise da S&P é falha e baseada em dado errado
VAGUINALDO MARINHEIRO
DE LONDRES
A Irlanda atacou ontem
com palavras duras a agência de classificação de risco
Standard & Poor's, que na
terça-feira rebaixou a nota de
crédito do país.
Essas notas são usadas por
investidores para calcular o
risco de calote de um país.
Com o rebaixamento, fica
mais caro e difícil para a Irlanda conseguir dinheiro para saldar suas dívidas.
John Corrigan, executivo-chefe da agência que controla o lançamento de bônus da
Irlanda, disse que a análise
da agência é falha e baseada
em dados equivocados.
A Irlanda foi o primeiro
país europeu a entrar em recessão após a crise econômica mundial de 2008.
O governo teve de socorrer
muitos bancos -que chegaram à beira da falência com a
desvalorização dos imóveis- e acumula uma dívida
pública imensa.
O total do socorro e da dívida são dois pontos de discordância entre os técnicos da
agência e as autoridades financeiras do país.
A Irlanda diz que o socorro
ao setor financeiro vai custar
25 bilhões. A S&P afirma
que serão 50 bilhões.
O Tesouro irlandês diz que
sua dívida baterá em 94% do
PIB (soma de todos os bens e
serviços produzidos no país
em um certo período). Para a
agência, passará de 130%.
EUROPA DESIGUAL
Discussões numéricas à
parte, o fato é que a Europa fica dia após dia mais desigual
economicamente.
Enquanto a Alemanha
cresce a taxas nunca vistas
desde a queda do Muro de
Berlim, há 20 anos, a Grécia
se afunda em uma recessão.
Já a Irlanda luta para se reerguer da sua.
Portugal e Espanha também continuam com problemas, com crescimentos próximos de zero.
Outro descolamento entre
a Europa que cresce e aquela
que fica para trás é explicitado pela taxa de juros que cada país tem de pagar para
conseguir vender títulos.
A diferença entre as taxas
pagas por Irlanda e Grécia,
de um lado, e Alemanha, de
outro, tem crescido e voltou
aos patamares de maio,
quando o mercado temia o
calote de algumas nações e
colocava em dúvida até a
continuidade do euro como
moeda multinacional.
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