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Mercado aquecido faz diferença entre salários diminuir
No mês passado, remuneração de recém-contratado equivalia a 92,1% da obtida por empregado demitido
Redução da diferença indica que renda real continua crescendo; especialistas discutem pressão sobre inflação
DE SÃO PAULO
Um sinal do forte aquecimento do mercado de trabalho é a tendência à redução
da diferença entre salários de
funcionários demitidos e admitidos para patamar próximo do mínimo histórico.
Em fevereiro de 2009, auge da crise financeira, o salário de um funcionário contratado equivalia, em média, a
85,4% daquele de um empregado demitido. Em agosto de
2010, o percentual saltou para 92,1%, depois de recuar ligeiramente do pico de 94,6%
atingido em junho passado.
O cálculo, que desconta
efeitos sazonais, foi feito pelo
economista Aurélio Bicalho,
do Itaú Unibanco.
A redução da diferença entre salários de admitidos e
contratados indica, segundo
Bicalho, que a renda real
(descontada a inflação) média dos trabalhadores do
mercado formal continuará
crescendo a ritmo forte:
"À medida que vão entrando mais pessoas no mercado
com salários mais altos, isso
vai se refletindo com algum
atraso na renda real média."
De acordo com ele, indicadores apontam para um forte
aperto no mercado de trabalho brasileiro.
Essa impressão, compartilhada por outros economistas, fomenta uma discussão
sobre se o mercado de trabalho brasileiro opera acima da
sua plena capacidade. Ou seja, em um nível de desemprego que gera inflação.
(EF)
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