São Paulo, domingo, 26 de setembro de 2010

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Mercado aquecido faz diferença entre salários diminuir

No mês passado, remuneração de recém-contratado equivalia a 92,1% da obtida por empregado demitido

Redução da diferença indica que renda real continua crescendo; especialistas discutem pressão sobre inflação

DE SÃO PAULO

Um sinal do forte aquecimento do mercado de trabalho é a tendência à redução da diferença entre salários de funcionários demitidos e admitidos para patamar próximo do mínimo histórico.
Em fevereiro de 2009, auge da crise financeira, o salário de um funcionário contratado equivalia, em média, a 85,4% daquele de um empregado demitido. Em agosto de 2010, o percentual saltou para 92,1%, depois de recuar ligeiramente do pico de 94,6% atingido em junho passado.
O cálculo, que desconta efeitos sazonais, foi feito pelo economista Aurélio Bicalho, do Itaú Unibanco.
A redução da diferença entre salários de admitidos e contratados indica, segundo Bicalho, que a renda real (descontada a inflação) média dos trabalhadores do mercado formal continuará crescendo a ritmo forte:
"À medida que vão entrando mais pessoas no mercado com salários mais altos, isso vai se refletindo com algum atraso na renda real média."
De acordo com ele, indicadores apontam para um forte aperto no mercado de trabalho brasileiro.
Essa impressão, compartilhada por outros economistas, fomenta uma discussão sobre se o mercado de trabalho brasileiro opera acima da sua plena capacidade. Ou seja, em um nível de desemprego que gera inflação. (EF)


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