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Instituto coreano muda e atrai brasileiro
Centro de tecnologia, referência no país asiático, dá início a alterações em sistema de ensino para se globalizar
No campus do Kaist, grife da alta educação asiática, seis brasileiros já estudam à custa do governo sul-coreano
NATÁLIA PAIVA
ENVIADA ESPECIAL A DAEJEON (COREIA DO SUL)
Por fora, parece um ônibus
azul comum. Dentro, à medida que o veículo se move, o
painel de LCD ao lado do motorista sinaliza algo peculiar:
a entrada e a saída constantes de energia.
É que o ônibus azul, nada
comum, não se movimenta
nem por combustível fóssil
nem por bateria elétrica: a
energia vem do chão.
O "veículo on-line", que
parece coisa saída dos "Jetsons", é um dos ousados projetos do Instituto Avançado
de Ciência e Tecnologia da
Coreia, o Kaist (apelidado no
Ocidente de "MIT coreano").
Espécie de marca da ascendente educação asiática
de alto nível, o instituto tem
passado por mudanças sem
precedentes para se globalizar (ou seja, atrair mais estudantes e dinheiro), um caminho já feito por escolas de
Hong Kong e Cingapura.
Nos últimos quatro anos,
professores e alunos foram
proibidos de falar coreano
nas aulas, que passaram a
ser assistidas e ministradas
cada vez por mais estrangeiros e sob tensão - professores agora têm de "ralar" muito para evitar expulsão, e alunos, estudar muito para evitar pagar semestralidade (antes, gratuita para todos).
Enquanto o ônibus desliza
pelas ruas arborizadas do
campus, na região montanhosa de Daejeon, a duas horas de carro de Seul, o professor Suh In-soo explica -a
alunos asiáticos, europeus e
latino-americanos- como a
fiação elétrica por baixo do
asfalto transmite energia à
placa de metal sob o veículo.
Quatro dos estudantes que
ouvem o professor Suh fazem
parte do primeiro grupo de
brasileiros no Kaist.
São "diamantes brutos" de
20 e poucos anos fisgados para, além de aumentar o ativo
de talentos do instituto, engordar a cota de estrangeiros
-quesito essencial para galgar posições em rankings.
Dos 10 mil alunos, 498 são
estrangeiros, espécime raríssima há alguns anos, quando
as aulas ainda eram em coreano. Dos 576 professores,
45 também -número ainda
baixo, mas três vezes maior
que em 2006. A meta, no curto prazo, é elevar a presença
de não coreanos para 20%.
A jornalista NATÁLIA PAIVA viajou a
convite do governo sul-coreano.
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