|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros
Escola é polo mundial de alta tecnologia
Em 4 anos, instituto dobrou o orçamento e pulou da 198ª posição para a 79ª no ranking das melhores do planeta
Ex-diretor do MIT leva inglês ao Kaist e demite professor mal avaliado; 747 patentes são obtidas em um semestre
Divulgação
|
|
Sala de aula no Kaist, onde é ‘proibido’ falar coreano; instituto quer se globalizar
DA ENVIADA ESPECIAL A DAEJEON
O apoio institucional e governamental ao "veículo on-line" foi tão grande, que, dois
anos e US$ 40 milhões (R$ 68
milhões) depois, um "trem
on-line" já percorre um dos
parques de Seul.
E já existe acordo para levá-lo a Park City (EUA), sede
do Festival de Sundance.
A concretização do projeto, que teve participação do
governo e cooperação com
empresas, é fruto da principal mudança em pesquisa e
financiamento no Kaist: milhões de dólares serão investidos para tornar realidade a
ideia de "ajudar a resolver os
problemas da humanidade
no século 21".
A expressão ambiciosa é
do presidente do instituto,
Suh Nam-pyo, 74, diretor por
mais de dez anos do departamento de engenharia mecânica do MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts),
onde ensinou de 1970 a 2006.
Em quatro anos, ele atraiu
a atenção de acadêmicos do
mundo todo e provocou ódio
nos professores de Daejeon
ao acabar com o "cargo eterno" (só docente bem avaliado fica) e com o número fixo
de vagas por departamento
(os que acham mais "gente
qualificada" têm mais).
"Muita universidade se
preocupa com o que o professor vai fazer se perder o emprego. Mas não se preocupa
com o estudante. Um professor desqualificado vai ensinar gerações de jovens, o que
não é bom para ninguém."
Resultado: o instituto mais
que dobrou seu orçamento
(20% vem do governo) e pulou da 198ª para a 79ª posição nos rankings QS e Times
Higher Education das melhores escolas do mundo, maior
escalada asiática entre as
tops (a USP é a 232ª no Times
Higher Education).
Só no primeiro semestre,
foram 747 patentes (em todo
o ano passado, foram 743).
Consequência: Suh acaba
de ser reeleito -algo inédito
na escola federal de 1971.
DESIGN PARA CRESCER
Com perda de parte de sua
produção industrial para a
China, a Coreia quer ser polo
de tecnologia e design, caminho já percorrido pelo Japão.
Daí o papel do Kaist, intensificado num país onde a educação é vista como o principal meio de ascensão social.
"Estamos enfatizando a
pesquisa criativa e original.
Pedimos a nossos professores que não se preocupem em
publicar artigos, pois isso rivalizaria com a pesquisa. O
objetivo é fazer algo muito
importante", diz Suh.
Uma das inovações mais
interessantes do Kaist, diz o
especialista em ensino superior da Universidade de Hong
Kong Gerard Postiglione
-para quem a escola é ainda
subestimada em rankings-,
é que até os calouros aprendem a desenhar sistemas.
Quatro vezes reprovado no
vestibular da UnB, o baiano
Paulo Kemper, 25, foi a Dubai
em junho para apresentar
um projeto de plataforma para aeronave autônoma.
A pesquisa, em parceria
com o gaúcho Koji Suzuki,
24, foi resultado da disciplina
cursada no primeiro semestre -e que já lhes rendeu bolsa, patente e publicação.
Questionado se o objetivo
de tanta mudança é transformar o Kaist no "MIT da Ásia",
o presidente Suh sorri, mas
logo fica sério: "Queremos
ser o MIT do mundo".
Texto Anterior: Instituto coreano muda e atrai brasileiro Próximo Texto: Frases Índice | Comunicar Erros
|