Cotações em alta e estoques globais em baixa levam otimismo a produtores do país

RODRIGO VARGAS
DE CUIABÁ

A alta nos preços internacionais e o cenário de baixos estoques nos principais países consumidores traz otimismo aos produtores de algodão de Mato Grosso.
O Estado, responsável por metade da produção nacional, estima para a próxima safra aumento de até 30% na área plantada, que deverá superar os 540 mil hectares.
A previsão é da Ampa (Associação Mato-grossense dos Produtores de Algodão), entidade que reúne 450 produtores da pluma no Estado.
"Saímos de uma grande crise de demanda, principalmente após a turbulência de 2008, e os estoques caíram nos principais mercados. É claro que fatores como o clima poderão interferir, mas o cenário é realmente promissor", diz Décio Tocantins, diretor-executivo da entidade.
No mercado global, segundo relatório do Imea (Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária), as cotações estão em picos históricos, com contratos para dezembro em até US$ 1,14 por libra-peso (454 gramas) na Bolsa de Nova York -há um ano, não superava US$ 0,70.
"Esse movimento de alta no mercado internacional é sustentado pela forte demanda das indústrias chinesas e pela queda da oferta em países como a Índia e o Paquistão, que tiveram suas safras comprometidas devido às chuvas", afirma Tocantins.
O USDA (Departamento de Agricultura dos EUA) projeta aumento de 25,6% na produção brasileira, em uma área plantada equivalente à da safra pré-crise (2007/2008): 1 milhão e 50 mil hectares.
O plantio da nova safra começa em 1º de dezembro.
Para o Imea, o câmbio pesa no custeio, mas prejudica a receita. "Em relação a 2009, o câmbio se desvalorizou em apenas 4%, enquanto a pluma do algodão alcançou uma valorização de 94%", diz o relatório do Imea.


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