São Paulo, quarta-feira, 26 de outubro de 2011

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Governo promete endurecer norma para carro nacional

Novo regime automotivo deve entrar em vigor no fim do próximo ano, quando termina medida que eleva o IPI

Índice de componentes nacionais para escapar de alíquota maior atualmente é de 65%; meta é elevar essa taxa

MAELI PRADO
VALDO CRUZ

BRASÍLIA

A partir de 2013, o governo vai endurecer a exigência do índice de nacionalização de peças para a indústria automotiva, atualmente em 65%, afirmou o ministro Guido Mantega (Fazenda) após reunião com representantes da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores).
Segundo ele, o novo regime automotivo em desenho pelo governo entrará em vigor antes de dezembro de 2012, prazo final da medida que eleva o IPI (Impostos sobre Produtos Industrializados) para carros importados ou que não cumpram o índice de nacionalização. "Ainda vamos analisar [se a elevação do IPI será ou não prorrogada]. Mas certamente as exigências aumentarão, e não diminuirão." De acordo com Mantega, o governo está discutindo os últimos detalhes do novo regime.
"Vamos aumentar progressivamente o índice de 65% de nacionalização de peças." Ele declarou ainda que o governo pode estudar conceder o benefício também para empresas que anunciem projetos de investimentos consistentes no país.
Apesar de Mantega não ter garantido que montadoras que vão instalar fábricas no país vão ganhar um regime diferenciado para escapar do aumento do IPI, a presidente Dilma Rousseff já deu essa determinação e alguns projetos estão em estudo pelo governo. Entre eles, os da BMW e da JAC. Outros serão apresentados, como da Hyundai.
Além disso, foi também decisão de Dilma determinar que o índice de nacionalização seja elevado. Para o Planalto, as montadoras devem assumir compromissos com o país que levem a um aumento de empregos no setor.

INVESTIMENTOS
Após o STF (Supremo Tribunal Federal) decidir, na quinta passada, que a alta de 30 pontos percentuais do IPI de carros importados só vale a partir de dezembro, Mantega comemorou, ao lado do presidente da Anfavea, Cledorvino Belini, que a elevação já teve como consequência anúncios de investimentos de até US$ 5 bilhões.
"A medida é um sucesso", afirmou, dizendo que entre 2011 e 2014 as montadoras ligadas à Anfavea investirão no total US$ 21 bilhões para produzir no Brasil, quase o dobro dos US$ 11 bilhões gastos no período imediatamente anterior, entre 2007 e 2010. Desse total, entre US$ 2 bilhões e US$ 3 bilhões podem ser creditados à medida, além de outros US$ 2 bilhões em investimentos anunciados por montadoras que não fazem parte da associação.


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