São Paulo, quarta-feira, 27 de abril de 2011

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ANÁLISE

Mesmo na China, terminal leva 4 anos para ficar pronto

RAUL JUSTE LORES
EDITOR DE MERCADO

50 mil operários chineses trabalharam na construção do Terminal 3 do Aeroporto Internacional de Pequim. Trabalharam noite e dia, iluminados com holofotes gigantes durante o turno da madrugada, e também aos finais de semana.
Não houve problemas de licença ambiental, e a camarada Justiça chinesa, braço do Partido Comunista, não criou contratempos.
O britânico Norman Foster, arquiteto do excelente aeroporto de Hong Kong, foi o responsável, junto com duas das maiores empresas de engenharia do mundo, uma da Holanda e outra do Reino Unido.
O orçamento, de US$ 3,65 bilhões, seria muitos maior se a obra não tivesse "custo China". Ainda assim, com know-how digno de Grande Muralha, a obra durou três anos e 11 meses.
O "exemplo" chinês é útil para calcular se a ampliação de Cumbica estará pronta ou não para a Copa do Mundo, que começa em 13 de junho de 2014, ou seja, em menos de três anos e dois meses. Isso se as obras começassem hoje, o que não é o caso.
Outros exemplos internacionais, além da superpotência chinesa, também são desanimadores. O emirado de Dubai, outra ditadura, construiu seu Terminal 3, o maior do mundo, com orçamento de US$ 4,5 bilhões, em quatro anos.
Com metade do tamanho dos terminais de Pequim e Dubai, o novo terminal de Nova Déli, capital da Índia, ficou pronto em três anos, sob as regras de uma democracia.
Mas foi uma concessão 100% privada, construído por alemães, malaios e indianos, com milhares de operários em regime digno da China. Uma pressa Bric incomum no Brasil.
Caso raro de grande ampliação que levou menos de três anos foi a extensão do aeroporto de Istambul. A capacidade de um terminal passou de 12 milhões a 20 milhões de passageiros em uma reforma que levou 27 meses.
Só que ampliar em 8 milhões de passageiros, meio Congonhas, não resolverá o aperto de Cumbica.


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