São Paulo, quarta-feira, 27 de abril de 2011

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Em meio à falta de álcool anidro, distribuidoras racionam gasolina

Às vésperas do início da safra, mercado sofre com falta de etanol que é adicionado ao combustível

A rede Ipiranga, que atua em todo o país, diz racionar a fim de evitar falta; para entidades, problemas são pontuais

VENCESLAU BORLINA FILHO
DE RIBEIRÃO PRETO

Revendedores de combustíveis de ao menos oito Estados disseram à Folha que estão enfrentando dificuldade para obter gasolina. As distribuidoras, dizem, têm racionado a entrega do produto.
O motivo, segundo donos de postos e representantes do setor, é a baixa produção de etanol anidro nas vésperas da safra.
A rede Ipiranga, que atua em todo o país, afirmou à Folha que está racionando para evitar desabastecimento.
Representantes de entidades dizem, porém, que o problema é pontual e que afeta mais postos de bandeira branca (sem vínculo direto com distribuidoras).
De acordo com o presidente do Sincopetro (sindicato dos revendedores de SP), José Alberto Paiva Gouveia, as distribuidoras têm cortado os pedidos à metade para evitar o desabastecimento.
Dados do Sindicom (sindicato das distribuidoras) apontam alta de 30% (total de 600 milhões de litros semanais) no consumo da gasolina nas últimas semanas, na comparação com os números do começo do ano.
A Petrobras importou 1,5 milhão de barris de gasolina comum só em abril para garantir o abastecimento. Em todo o ano passado, foram 3 milhões de barris. O etanol anidro compõe 25% da gasolina e na última semana fechou cotado a R$ 2,72 o litro.
A empresária Silvia Maria Donnabella Quinhone, de Ribeirão Preto (313 km da capital), disse que a gasolina que recebe garante só a venda do dia. "É uma luta diária [para conseguir gasolina]."
Na capital, também há relatos de problemas de abastecimento. Em um posto da zona norte, o tanque de 30 mil litros de gasolina chegou a ficar vazio ontem à tarde.
"Tinha pedido 15 mil litros, mas só mandaram 10 mil", diz Marisa Calovini, dona do posto de mesmo nome, também na zona norte. À tarde, os tanques com capacidade para 15 mil litros estavam a 4.000, patamar considerado baixo para o período.
O presidente do Sindicom, Alísio Vaz, disse que desconhece o racionamento, mas afirmou que pode ser uma estratégia das distribuidoras para driblar a baixa oferta do anidro no mercado.
A Fecombustíveis (Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e Lubrificantes) diz que o problema de falta de álcool e gasolina foi pontual e afetou apenas alguns postos de bandeira branca.

OUTROS ESTADOS
Revendedores de MG, PE, PR, SC, GO, TO e PI disseram que seus pedidos são atendidos com atraso ou em volume menor que o encomendado. Alguns postos chegaram a ficar desabastecidos.
Em Pernambuco, por exemplo, cerca de 10% dos 1.100 postos já estão sem gasolina, segundo o sindicato dos revendedores.

Colaboraram São Paulo e Rio


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