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CONTAS PÚBLICAS
Com receita recorde, governo faz 2º maior aperto fiscal desde 1997
DE BRASÍLIA - O resultado recorde da arrecadação em abril levou o governo central a registrar o segundo maior superavit
primário (economia para pagamento de juros) desde 1997.
Para Arno Augustin, secretário do Tesouro Nacional, o
saldo de R$ 16,6 bilhões acumulado em abril reflete o
aquecimento da economia. A
previsão é que o resultado não
se repita em maio.
As contas do último mês recuperaram as perdas de fevereiro e março e contribuíram
para chegar à meta prevista
para o quadrimestre. O governo precisava fazer R$ 18 bilhões no período, mas conseguiu R$ 24,7 bilhões.
"A meta do superavit continua a mesma. Acho prematuro
falar em revisão", aponta Augustin. Apesar disso, ele afirma que há chance de que uma
folga seja destinada ao Fundo
Soberano.
O resultado mostrou queda
no ritmo dos investimentos,
que foi de um crescimento de
116% em março para 89% em
abril, sempre na comparação
com o mesmo mês de 2009.
O Tesouro considera o patamar positivo e aponta tendência de aumento nos investimentos para os próximos meses. "Entre empenhar a obra e
pagar, tem um tempo", ressalta Augustin.
Para o professor de ambiente econômico global do Insper,
Otto Nogami, o alto valor do
superavit em abril é consequência da falta de investimentos pelo governo. Nogami
acrescenta a previsão de que
os investimentos caiam até o
final do ano -pois não haveria
tempo para resultarem em dividendos eleitorais.
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