São Paulo, segunda-feira, 27 de junho de 2011

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Título público embute risco de mudança na inflação

Especular com cenários e taxas de juros eleva ganho no Tesouro Direto

Especialistas orientam a não comprar apenas um tipo de título para que o investidor mescle apostas diferentes

Sergio Lima/Folhapress
Analista de sistemas Rodrigo Torres investe em títulos públicos pensando na aposentadoria

DE BRASÍLIA
DE SÃO PAULO


O Tesouro Direto tem risco de calote menor do que o CDB de um banco, mas o investidor desavisado pode perder dinheiro se fizer uma escolha errada.
Como no mercado de ações, os títulos que embutem maior risco de variação costumam pagar mais. No caso, esses papéis são os prefixados, que têm a taxa fixada no momento da compra.
Na sexta, os prefixados com vencimento em 2013 custavam R$ 835,47 (significa que o investidor receberá R$ 1.000 no dia do vencimento) e tinham taxa de 12,59% -acima dos 12,25% da Selic atual. Esse "prêmio" é para cobrir o risco (bastante provável) de a Selic subir mais uma vez até 2013.
Se a inflação avançar e o BC subir os juros para 13%, esse papel vai desabar e valer menos do que os R$ 835,47 pagos. Isso porque esse papel precisará de um "desconto" para ser vendido na nova realidade de juros de 13%.
Por outro lado, se a situação se acalmar e os juros descerem a 12%, esse título subirá. O mesmo ocorre com os papéis corrigidos pela inflação -se os preços subirem, esse papel vai junto.
Quem não se sentir à vontade para tomar uma decisão dessa pode comprar títulos pós-fixados. Esses papéis vão pagar o juro do momento, sem risco de variação. Mas não será possível ganhar especulando com cenários.
"No momento de aperto monetário e de aversão ao risco, estamos com uma atitude mais defensiva", afirma Antônio Conceição, consultor da Fator Corretora.
Para decidir qual papel comprar, os especialistas afirmam que os investidores devem se informar sobre o cenário econômico.
Outra dica é não aplicar só em um tipo de título, abrindo espaço para combinar diferentes apostas. Finalmente, o investidor tem de descontar os custos da corretora e os impostos (veja abaixo).
"O sistema do Tesouro Direto é simples e rápido de operar, a grande dificuldade é selecionar o melhor título. Ter conhecimento faz uma diferença enorme", afirma Ricardo Rocha, professor de Finanças da FGV (Fundação Getulio Vargas). (LORENA RODRIGUES E TONI SCIARRETTA)


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