São Paulo, sábado, 27 de agosto de 2011

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ANÁLISE

Alteração dos hábitos das famílias terá impacto até sobre o petróleo

GERARDO KUNTSCHIK
ESPECIAL PARA A FOLHA

Seguindo tendência mundial, o Brasil começa a implementar políticas públicas para reduzir o consumo de sacolas plásticas descartáveis.
Os consumidores creem que elas têm custo zero, e esse é um dos fatores que colaboram para que eles levem para casa um grande número dessas sacolas, sem refletirem sobre seus efeitos.
Isso também não contribui para que as pessoas se preocupem em reduzir a quantidade de lixo destinada à coleta comum, pois grandes volumes de resíduos podem ser facilmente acomodados nas sacolas que uma família média recebe no comércio.
É interessante salientar que as sacolas de supermercado não foram desenhadas para acomodar lixo.
Por isso, frequentemente apresentam furos que permitem a saída do chorume, estimulando o uso de duas e até três sacolas simultaneamente no recipiente do lixo, incrementando muito o número delas, que têm como destino final os aterros sanitários.
Os sacos específicos para lixo normalmente não têm esses furos, pois foram desenhados e fabricados para conter um material que frequentemente inclui líquidos.
Além disso, esses recipientes, diferentemente das sacolas de supermercado, podem ser fabricados com material reciclado, diminuindo o impacto sobre o petróleo, um recurso natural limitado.
A partir da necessidade de pagar pelos sacos plásticos para acondicionar o lixo, é esperado que muitas famílias adotem a separação de resíduos para reciclagem.
Assim, o volume de resíduos que precisam acondicionar cairia e, logo, também o número de sacolas e os custos associados à sua compra.
A queda do volume de lixo que chegaria aos aterros permitiria uma maior vida útil dos mesmos, o que é absolutamente imprescindível, ainda mais em grandes cidades.

GERARDO KUNTSCHIK é professor do curso de graduação de gestão ambiental da USP e doutor pela mesma instituição


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