São Paulo, terça-feira, 27 de setembro de 2011

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Pré-sal faz empresas mudarem de foco

Exigência de conteúdo nacional mínimo atrai de empreiteiras a fornecedores de autopeças ao setor de óleo e gás

Odebrecht, Engevix e Caterpillar, entre outras, diversificam negócios para atender demanda do pré-sal

Nauro Jr. - 20.out.10/Agência RBS
Funcionários acompanham finalização do dique seco do Estaleiro Rio Grande, localizado na região sul doRS

PEDRO SOARES
DO RIO

Diante da perda de competitividade das exportações de muitos setores da indústria, as oportunidades de negócio do mercado doméstico geradas pelos investimentos no pré-sal têm sido uma alternativa de expansão de empresas dos mais variados ramos.
Muitas companhias ampliaram o foco de atuação e passaram a ser fornecedoras do segmento de óleo e gás.
De olho nos investimentos de R$ 224,7 bilhões da Petrobras até 2015 -dos quais R$ 53,4 bilhões só no pré-sal-, grupos como Odebrecht, Engevix, Caterpillar e Prysmian (ex-Pirelli Cabos) diversificaram negócios.
A empreiteira baiana criou a Odebrecht Óleo e Gás para prestar serviços como aluguel de plataformas e sondas de perfuração e manutenção. Estuda ainda instalar um estaleiro na Bahia em parceria com a OAS.
Originalmente da área de montagem de instalações industriais, a Engevix arrendou um estaleiro no Rio Grande do Sul e constrói para a Petrobras seis cascos para navios-plataformas do pré-sal.
Gerson Almada, diretor do grupo, diz que serão investidos US$ 3,6 bilhões na instalação de "um complexo naval", com mais dois estaleiros em Rio Grande (RS). As unidades farão plataformas e sondas de perfuração.
"O estímulo para investir no setor veio por conta do pré-sal e da política do governo de atender índices [de ao menos 60%] de nacionalização das encomendas da Petrobras", diz Almada.
Animadas com as encomendas de sondas da Petrobras, a Alusa (de linhas de tramissão de energia) e a empreiteira Galvão, em consórcio, também planejam construir um estaleiro.
Tradicional fornecedora de cabos elétricos, a Prysmian (ex-Pirelli Cabos) investiu R$ 250 milhões de reais em uma nova fábrica de dutos flexíveis (que ligam poços às plataformas) exclusivamente para atender à Petrobras, que firmou contrato de longo prazo com a companhia.
Armando Comparato, presidente da empresa, diz que a unidade, em Vila Velha (ES), pode ser duplicada. "Só no Brasil o grupo produz para o setor de petróleo e essa decisão se deveu ao pré-sal."
O pré-sal também atraiu o interesse de tradicionais fornecedores da indústria automobilística. É o caso da Voges (RS), fabricante de motores elétricos.
A empresa investe numa linha de motores à prova de explosão para plataformas.
Já a Caterpillar passou a produzir motores a diesel para embarcações.

PETROBRAS
Segundo Oscar de Azevedo, diretor da Voges, a ideia é nacionalizar ainda a fabricação de mais dois equipamentos acoplados aos motores e usados para obter maior eficiência energética. Hoje, eles são importados e distribuídos pela empresa.
"O pré-sal é uma grande oportunidade num momento em que a indústria perde competitividade por causa do câmbio. Muitas empresas estão se qualificando para atender à Petrobras", diz o executivo, que também é dirigente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul.



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