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Petros quer assento no conselho da Itaúsa
Fundo busca apoio da Previ e de outros acionistas para ter voz na holding dona do Itaú
TONI SCIARRETTA
DE SÃO PAULO
O fundo de pensão Petros,
dos petroleiros da Petrobras,
pretende ter um assento no
Conselho de Administração
da Itaúsa, holding dona do
Itaú Unibanco, maior banco
privado brasileiro.
A Petros acertou anteontem a compra de 4,5% da
Itaúsa -equivalente a 11,4%
das ações ordinárias (com
voto)- da construtora Camargo Corrêa por US$ 1,5 bilhão (R$ 2,6 bilhões).
Para chegar ao conselho, o
fundo de pensão pretende se
juntar à Previ, caixa de previdência dos funcionários do
Banco do Brasil, que já tem
uma posição importante de
3,12% na Itaúsa e de 2,46%
diretamente no Itaú.
Se concretizada a estratégia, será a maior investida
dos fundos de pensão estatais já ocorrida em um dos
maiores grupos financeiros
privados no país.
DIFICULDADE
O problema é que a participação da Previ na Itaúsa se
restringe às ações preferenciais (sem voto).
Para ter assegurado um assento no conselho, a Petros e
a Previ deveriam ter pelo menos 15% das ações ordinárias
ou 10% do capital total da
holding Itaúsa.
Os fundos deverão buscar
apoio de outros acionistas
minoritários para ter voz na
holding controladora do Itaú
Unibanco.
A própria Camargo Corrêa,
que estava na Itaúsa desde a
década de 1980, não tinha
um representante no conselho da holding.
Além do banco, a Itaúsa
controla a Duratex, a Deca, a
Itautec e a Elekeiroz.
Segundo Ana Leocádia,
analista da corretora Ativa,
nada deve mudar nos rumos
do negócio com o fortalecimento dos fundos de pensão
na Itaúsa e no Itaú Unibanco.
"Mesmo se tiverem uma pessoa no conselho, essa pessoa
não poderá fazer muita coisa
sem o apoio das famílias controladoras", disse.
Desde o ano passado, a Camargo Corrêa planejava vender a participação na holding, mas esperava obter um
prêmio pela posição estratégica de sua participação na
Itaúsa.
A construtora cogitou até
elevar sua participação para
poder vendê-la depois por
um preço maior.
O negócio com a Petros foi
fechado a valor de mercado,
praticamente sem ágio.
Ontem, as ações ON da
Itaúsa subiram 1,28%, e os
papéis PN tiveram queda de
1,28%.
Procurados, Itaúsa, Camargo Corrêa e Petros preferiram não se manifestar sobre o assunto.
A Previ disse desconhecer
a proposta de obter um assento na Itaúsa.
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