São Paulo, sábado, 27 de novembro de 2010

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Petros quer assento no conselho da Itaúsa

Fundo busca apoio da Previ e de outros acionistas para ter voz na holding dona do Itaú

TONI SCIARRETTA
DE SÃO PAULO

O fundo de pensão Petros, dos petroleiros da Petrobras, pretende ter um assento no Conselho de Administração da Itaúsa, holding dona do Itaú Unibanco, maior banco privado brasileiro.
A Petros acertou anteontem a compra de 4,5% da Itaúsa -equivalente a 11,4% das ações ordinárias (com voto)- da construtora Camargo Corrêa por US$ 1,5 bilhão (R$ 2,6 bilhões).
Para chegar ao conselho, o fundo de pensão pretende se juntar à Previ, caixa de previdência dos funcionários do Banco do Brasil, que já tem uma posição importante de 3,12% na Itaúsa e de 2,46% diretamente no Itaú.
Se concretizada a estratégia, será a maior investida dos fundos de pensão estatais já ocorrida em um dos maiores grupos financeiros privados no país.

DIFICULDADE
O problema é que a participação da Previ na Itaúsa se restringe às ações preferenciais (sem voto).
Para ter assegurado um assento no conselho, a Petros e a Previ deveriam ter pelo menos 15% das ações ordinárias ou 10% do capital total da holding Itaúsa.
Os fundos deverão buscar apoio de outros acionistas minoritários para ter voz na holding controladora do Itaú Unibanco.
A própria Camargo Corrêa, que estava na Itaúsa desde a década de 1980, não tinha um representante no conselho da holding.
Além do banco, a Itaúsa controla a Duratex, a Deca, a Itautec e a Elekeiroz.
Segundo Ana Leocádia, analista da corretora Ativa, nada deve mudar nos rumos do negócio com o fortalecimento dos fundos de pensão na Itaúsa e no Itaú Unibanco. "Mesmo se tiverem uma pessoa no conselho, essa pessoa não poderá fazer muita coisa sem o apoio das famílias controladoras", disse.
Desde o ano passado, a Camargo Corrêa planejava vender a participação na holding, mas esperava obter um prêmio pela posição estratégica de sua participação na Itaúsa.
A construtora cogitou até elevar sua participação para poder vendê-la depois por um preço maior.
O negócio com a Petros foi fechado a valor de mercado, praticamente sem ágio.
Ontem, as ações ON da Itaúsa subiram 1,28%, e os papéis PN tiveram queda de 1,28%.
Procurados, Itaúsa, Camargo Corrêa e Petros preferiram não se manifestar sobre o assunto.
A Previ disse desconhecer a proposta de obter um assento na Itaúsa.


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