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Empresas brasileiras empregam apenas 18% do que a lei exige
DE SÃO PAULO
O Brasil deveria empregar
851.078 pessoas com deficiência para que a Lei de Cotas fosse cumprida no país.
Até dezembro do ano passado, entretanto, o total de
deficientes inseridos no mercado era de 152.537, segundo
dados da fiscalização do Ministério do Trabalho.
A média de cumprimento
da lei no país é de 17,9%, de
acordo com levantamento do
Espaço da Cidadania, que
atua em defesa dos direitos
das pessoas com deficiência.
O índice é calculado a partir da estimativa de vagas que
empresas com cem ou mais
empregados deveriam criar e
do total de deficientes incluídos no mercado de trabalho
por força de ação fiscal.
Os Estados com maior índice de cumprimento são
Ceará e São Paulo, com respectivamente 42,3% e 41,8%.
Santa Catarina e Paraíba têm
os menores índices: 3,4% e
4%, respectivamente.
"Apesar de a situação ter
melhorado muito desde que
a lei foi criada, em 1991, e de
haver várias iniciativas que
estimulam a inclusão de pessoas com deficiência, ainda
há uma barreira cultural que
impede a contratação desses
profissionais", diz Carlos
Aparício Clemente.
Ele é dirigente do Sindicato dos Metalúrgicos de Osasco e Região e coordenador do
Espaço da Cidadania.
Pesquisa feita para o Instituto Ethos com as 500 maiores empresas do país mostra
que, no nível operacional,
apenas 1,9% dos funcionários eram pessoas com deficiência em 2007.
A maior parte eram deficientes físicos. Somente
0,1% dos contratados eram
deficientes visuais e 0,1% tinham deficiências múltiplas.
Nos níveis de supervisão e
gerência, os percentuais de
deficientes eram 0,4% e
0,38%, respectivamente. Ou
seja, as cotas estão longe de
ser cumpridas.
POR SETOR
Levantamento da Secretaria dos Direitos da Pessoa
com Deficiência do Estado de
São Paulo mostra que os setores que mais contrataram
deficientes foram educação e
comércio varejista.
Os que menos contratam
são os de atividades ligadas à
extração de carvão e à descontaminação de resíduos
-áreas em que a atuação dos
deficientes é limitada.
Na opinião de especialistas em assuntos relacionados
à inclusão dos deficientes,
um dos maiores entraves para a contratação ainda é a
baixa qualificação.
Segundo dados do governo paulista, somente 222 deficientes foram atendidos pelo programa estadual de qualificação profissional em
2008. No ano passado, foram
1.272. A previsão para este
ano é capacitar 1.500 deficientes.
(CR)
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