|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Maioria arrisca declarar IR na última hora
Pressa gera erro nas declarações de pessoas jurídicas, que se encerram na quarta-feira
EDUARDO RODRIGUES
DE BRASÍLIA
Na reta final do prazo de
entrega das declarações de
IRPJ (Imposto de Renda de
Pessoas Jurídica), a maioria
das empresas ainda não
prestou contas ao fisco.
Embora a Receita Federal
espere receber 1,75 milhão de
declarações até a meia-noite
do dia 30, quarta-feira, apenas 480.389 empresas haviam realizado o procedimento até o fim da tarde da
última sexta-feira.
Segundo especialistas ouvidos pela Folha, além da
multa em caso de atraso na
entrega, os retardatários
-na correria para preencher
e enviar os formulários para
o sistema do fisco- correm o
risco de cometer erros nas declarações que são passíveis
de punições.
Por isso, os empresários e
seus contadores precisam estar atentos a diversos detalhes que podem causar problemas na hora do processamento e do cruzamento de
dados no sistema da Receita.
REVISÃO
"É importante realizar
uma revisão detalhada das
informações antes de preencher os quadros, pois qualquer informação discrepante
gera débito automático", diz
a advogada tributarista Andressa Iovine Martins.
O risco, nesse caso, é fornecer dados na declaração
anual de IR que não batem
com os apurados em outras
declarações periódicas prestadas à Receita, como as Declarações de Débitos e Créditos Tributários Federais.
Além disso, afirma o advogado Elias Cohen Junior, os
contribuintes precisam checar a declaração de IR com os
Documentos de Arrecadação
de Receitas Federais (DARF,
usados por micro e pequenas
empresas optantes pelo Simples) e os Pedidos de Restituição e Declaração de Compensação (PER/DCOMP, referentes a créditos tributários).
"Para grandes companhias, que fazem a declaração pelo lucro real, um dos
principais pontos de atenção
está na declaração de grandes cruzamentos internos,
como movimentação de estoques", afirma o tributarista.
Uma novidade que pode
atrasar ainda mais o procedimento para quem ainda nem
começou a organizar a papelada é a obrigatoriedade da
certificação digital no envio
das informações, que, além
de evitar fraudes, acelera o
processamento na Receita.
Para o vice-presidente da
Certisign, Júlio Cosentino,
quem ainda não procurou
uma certificadora pode ter
problemas na hora de entregar a declaração.
"A certificação digital é
uma infraestrutura como o
sistema de água ou de energia elétrica. O ideal é não deixar para a última hora, para
não haver uma sobrecarga."
Todas as pessoas jurídicas
estão obrigadas a entregar a
declaração anual, até mesmo
as inativas, cujo prazo se encerrou em fevereiro.
Segundo o supervisor nacional de IR, Joaquim Adir,
apesar de a prestação de contas ser um trabalho relativamente simples, uma vez que
o imposto já foi recolhido no
decorrer do ano, é a partir da
declaração que o fisco procura identificar eventuais fraudes e omissões.
Texto Anterior: Frase Próximo Texto: Commodities Ações de varejo lideram alta no ano Índice
|