São Paulo, segunda-feira, 28 de junho de 2010

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Ações de varejo lideram alta no ano

Índice de Consumo sobe 4,19% e é o mais rentável entre os 15 da Bovespa; papel da Hering tem o maior ganho

Expansão da economia brasileira fez investidor trocar ações ligadas ao setor externo por papéis do mercado doméstico

MARIANA SCHREIBER
DE SÃO PAULO

A instabilidade provocada pela crise europeia levou os investidores a apostar em ações de empresas ligadas diretamente ao comportamento do varejo brasileiro no primeiro semestre.
Entre os 15 índices da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), o grande destaque da primeira metade do ano foi o de consumo (Icon), que acumulou valorização de 4,19% até a sexta-feira.
Além dele, apenas o de energia (IEEX) teve alta, ainda assim de apenas 0,04%. Já o principal índice, o Ibovespa, recua 5,49% em 2010.
O analista da Modal Asset Eduardo Roche explica que o setor de consumo foi beneficiado pelo melhor desempenho da economia brasileira em relação ao mundo.
Isso fez os investidores saírem de papéis ligados ao setor externo, como commodities, e migrar para os do Icon.
"O Brasil vai bem e o setor de consumo tem forte exposição doméstica", afirma.
Os dados do IBGE confirmam o bom momento do setor. A pesquisa de comércio divulgada este mês mostrou que as vendas do varejo brasileiro cresceram 11,8% de janeiro a abril, enquanto a receita do setor aumentou 15%.
"As empresas de varejo estão lançando produtos novos, abrindo lojas, aumentando sua rentabilidade. É um circulo virtuoso", aponta Alan Cardoso, da Ágora.
Para Roche, o desempenho do índice no segundo semestre vai depender do cenário externo. Se houver melhora, ele acredita que o fluxo de investimentos deve voltar para empresas exportadoras, o que pode provocar queda de ações de consumo.
"Se o cenário externo piorar, os papéis ligados à economia doméstica tendem a um desempenho melhor do que o Ibovespa, o que não exclui quedas", pondera.

MAIORES ALTAS
As ações do Índice de Consumo com maior alta no ano são as da Hering (58,72%), das Lojas Renner (24,78%) e da Souza Cruz (21,87%).
O analista da SLW Cauê Pinheiro observa que a Hering cresce por meio de franquias, o que permite expandir negócios sem gastar muito.
"A Hering ganha com a concessão da franquia, com um percentual sobre o faturamento das lojas e com a venda das roupas. É um modelo exitoso", afirma.
No caso das Lojas Renner, Pinheiro considera que o anúncio de que a rede pretende abrir lojas de menor porte agradou o mercado, pois a estratégia torna a expansão da companhia menos dependente do surgimento de novos shoppings.
Já a Souza Cruz, embora apresente crescimento menor, acabou atraindo investidores por ser uma empresa sólida, que paga bons dividendos, acredita Pinheiro.
"Num momento de incerteza, esse histórico torna o papel mais atrativo."
A expectativa do analista da SLW é que esses papéis apresentem desempenho próximo ao do Ibovespa no resto do ano, pois já subiram muito no semestre.


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