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commodities
Ações de varejo lideram alta no ano
Índice de Consumo sobe 4,19% e é o mais rentável entre os 15 da Bovespa; papel da Hering tem o maior ganho
Expansão da economia brasileira fez investidor trocar ações ligadas ao setor externo por papéis do mercado doméstico
MARIANA SCHREIBER
DE SÃO PAULO
A instabilidade provocada
pela crise europeia levou os
investidores a apostar em
ações de empresas ligadas
diretamente ao comportamento do varejo brasileiro no
primeiro semestre.
Entre os 15 índices da Bolsa de Valores de São Paulo
(Bovespa), o grande destaque da primeira metade do
ano foi o de consumo (Icon),
que acumulou valorização
de 4,19% até a sexta-feira.
Além dele, apenas o de
energia (IEEX) teve alta, ainda assim de apenas 0,04%.
Já o principal índice, o Ibovespa, recua 5,49% em 2010.
O analista da Modal Asset
Eduardo Roche explica que o
setor de consumo foi beneficiado pelo melhor desempenho da economia brasileira
em relação ao mundo.
Isso fez os investidores saírem de papéis ligados ao setor externo, como commodities, e migrar para os do Icon.
"O Brasil vai bem e o setor
de consumo tem forte exposição doméstica", afirma.
Os dados do IBGE confirmam o bom momento do setor. A pesquisa de comércio
divulgada este mês mostrou
que as vendas do varejo brasileiro cresceram 11,8% de janeiro a abril, enquanto a receita do setor aumentou 15%.
"As empresas de varejo estão lançando produtos novos, abrindo lojas, aumentando sua rentabilidade. É
um circulo virtuoso", aponta
Alan Cardoso, da Ágora.
Para Roche, o desempenho do índice no segundo semestre vai depender do cenário externo. Se houver melhora, ele acredita que o fluxo de investimentos deve
voltar para empresas exportadoras, o que pode provocar
queda de ações de consumo.
"Se o cenário externo piorar, os papéis ligados à economia doméstica tendem a
um desempenho melhor do
que o Ibovespa, o que não exclui quedas", pondera.
MAIORES ALTAS
As ações do Índice de Consumo com maior alta no ano
são as da Hering (58,72%),
das Lojas Renner (24,78%) e
da Souza Cruz (21,87%).
O analista da SLW Cauê Pinheiro observa que a Hering
cresce por meio de franquias,
o que permite expandir negócios sem gastar muito.
"A Hering ganha com a
concessão da franquia, com
um percentual sobre o faturamento das lojas e com a
venda das roupas. É um modelo exitoso", afirma.
No caso das Lojas Renner,
Pinheiro considera que o
anúncio de que a rede pretende abrir lojas de menor
porte agradou o mercado,
pois a estratégia torna a expansão da companhia menos dependente do surgimento de novos shoppings.
Já a Souza Cruz, embora
apresente crescimento menor, acabou atraindo investidores por ser uma empresa
sólida, que paga bons dividendos, acredita Pinheiro.
"Num momento de incerteza, esse histórico torna o
papel mais atrativo."
A expectativa do analista
da SLW é que esses papéis
apresentem desempenho
próximo ao do Ibovespa no
resto do ano, pois já subiram
muito no semestre.
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