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Crédito cresce menos no 2º trimestre
Dado sobre empréstimos a famílias mostra que economia do país se desacelerou em relação ao início do ano
Ritmo de aumento dos empréstimos para pessoas físicas caiu quase pela metade ante o verificado em março
EDUARDO CUCOLO
DE BRASÍLIA
O crédito para as famílias
brasileiras mostrou desaceleração no final do segundo trimestre em relação ao verificado há três meses e já cresce
a taxas inferiores aos empréstimos para empresas.
Segundo dados do Banco
Central, o ritmo de aumento
dos empréstimos para pessoas físicas caiu praticamente pela metade em relação ao
verificado no final de março e
cresce agora a uma taxa mensal de 1%.
O estoque de empréstimos
a empresas, que estava praticamente estagnado há três
meses, teve avanço de 2,8%
entre maio e junho.
De acordo com o BC, a acomodação no crédito às famílias é observada desde abril e
reflete o ciclo de aumento da
taxa básica de juros iniciado
naquele mês -a taxa passou
de 8,75% para 10,75% ao ano
desde então.
"Houve alteração naquela
dinâmica em que o crédito à
pessoa física crescia a taxas
maiores que para as empresas", disse o chefe do Departamento Econômico do BC,
Altamir Lopes. "Há algum sinal de acomodação, mas vamos ter de observar se isso
se sustenta."
Os números se referem ao
estoque de empréstimos na
economia, que encerrou o semestre em inédito R$ 1,53 trilhão (45,7% do PIB).
O mesmo acontece com os
novos empréstimos. Linhas
como cheque especial, crédito pessoal, consignado e veículos tiveram queda nas concessões (6,6% em média). O
crédito livre para empresas
avançou 1,5%.
Para Silvio Campos Neto,
economista-chefe do Banco
Schahin, o fim de incentivos
à compra de veículos e outros
bens duráveis provocou uma
acomodação na liberação de
novos empréstimos.
Mas ele afirma que a expansão irá continuar a despeito da alta dos juros, pois o
avanço do crédito se relaciona à melhora no emprego.
O crédito para empresas
ainda cresce impulsionado
pelos empréstimos do
BNDES com recursos subsidiados. Em junho, no entanto, houve recuperação do
crédito livre, puxado por
uma operação entre Caixa
Federal e Petrobras.
JUROS
A migração de clientes de
linhas de crédito mais caras
para financiamentos mais
baratos reduziu a taxa de juros paga pelas pessoas físicas
em junho para o menor patamar desde 1994. A taxa média recuou para 40,4% ao
ano. Em igual período do ano
passado, estava em 45,6%.
A maior parte da queda se
deve à redução do "spread"
bancário, parcela que inclui
risco, impostos e lucros.
Segundo os dados do BC, a
inadimplência ficou no menor nível desde 2005.
Os juros para empresas ficaram praticamente estáveis
nessa comparação e estão
em 27,3% ao ano.
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