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ANÁLISE ENERGIA
China passa EUA e já é o maior país consumidor de energia
THAÍS MARZOLA ZARA
ESPECIAL PARA A FOLHA
Recentemente, os temores
de uma desaceleração mais
acentuada da economia chinesa fizeram-se sentir sobre
os preços do petróleo.
E não é para menos: segundo a Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla
em inglês), em 2009 a China
ultrapassou os Estados Unidos no consumo (incluindo,
numa medida equivalente
em toneladas de petróleo, todo o consumo de petróleo,
carvão, gás natural, energia
nuclear e de fontes renováveis), tornando-se o maior
país consumidor de energia
do mundo.
No ano passado, a China
consumiu energia equivalente a 2,252 bilhões de toneladas de óleo, enquanto os
EUA consumiram 2,170 bilhões. Comparando o consumo de energia dos dois países nos últimos dez anos, verifica-se que, enquanto o norte-americano recuou 4,5%, o
chinês aumentou impressionantes 103,4%.
É certo que os Estados Unidos passaram por um ano difícil; contudo, como as perspectivas são que a China continue a crescer num ritmo
muito maior que o dos Estados Unidos, mesmo considerando alguma desaceleração, o quadro não deve voltar
a se inverter.
Considerando-se apenas o
petróleo, os Estados Unidos
ainda continuam sendo o
maior consumidor -de acordo com a British Petroleum,
os norte-americanos consumiram 843 milhões de toneladas em 2009, contra apenas 405 milhões da China.
Mas não é difícil prever que,
em 10 ou 15 anos, a China alcance a primeira posição.
PAPEL DA CHINA
Assim, a matriz energética
chinesa ganhará cada vez
mais importância.
Uma alteração que privilegie carros movidos a energia
elétrica ou etanol, por exemplo, teria grande impacto sobre a demanda mundial de
energia (não só pela própria
demanda chinesa como também, num impacto secundário, pela importância como
fornecedor de manufaturados do país na economia
mundial).
Não só isso; mesmo que
mudanças reduzindo a participação do petróleo venham
a ocorrer, a demanda pelo
produto deve continuar pressionada pelo crescimento
chinês nos próximos anos, já
que se espera que ela mantenha um ritmo de crescimento
elevado, ainda que inferior
ao registrado na primeira década deste século.
A boa notícia para os brasileiros é que a demanda deverá continuar crescendo, justamente no período em que a
produção de petróleo extraído da camada pré-sal deverá
começar a ocorrer de forma
mais intensa, lembrando que
deve levar de cinco a dez
anos para se iniciar a produção à plena capacidade.
THAÍS MARZOLA ZARA é economista-chefe
da Rosenberg Consultores Associados e
mestre em economia pela USP.
Internet: www.rosenberg.com.br
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