São Paulo, sábado, 28 de agosto de 2010

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MPF vai investigar concentração no setor petroquímico

Inquérito foi aberto ontem em São Paulo e vai ouvir Petrobras e o Grupo Odebrecht

AGNALDO BRITO
DE SÃO PAULO

O Ministério Público Federal de São Paulo instaurou inquérito civil ontem para investigar as negociações do setor petroquímico brasileiro que resultaram na formação da Braskem -a maior companhia do setor na América Latina-, controlada pelo Grupo Odebrecht e com participação da Petrobras.
O inquérito estará sob a responsabilidade do procurador da República, Rafael Siqueira de Pretto.
A representação, entregue ao MPF em março deste ano, questiona a operação de transferência de patrimônio da Petrobras e da Petroquisa (braço petroquímico da estatal) para a fusão com ativos da Braskem.
Braskem e Petrobras montaram, desde 2007, um movimento estratégico para a construção de uma grande petroquímica no país. A Petrobras comprou a Suzano Petroquímica e a Unipar (Quattor) e os consolidou dentro da Braskem.
A denúncia contida na representação, que foi transformada agora em inquérito civil, é a de que a Petrobras transferiu ativos públicos à revelia da Lei de Desestatização, sem a realização de leilões -como já ocorreu no início dos anos 90 no setor petroquímico.
Segundo a Folha apurou, serão alvo das investigações da Petrobras, a Petroquisa, o Grupo Odebrecht, a Braskem e a Norquisa. A representação foi assinada pela advogado Telma Hirata, que atua no escritório Gorentzvaig Sociedade de Advogados.
Boris Gorentzvaig, personagem histórico do setor petroquímico, é um dos empresários que têm questionado ao longo dos últimos anos a concentração do setor patrocinado pelo governo federal e pela Petrobras.


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