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MPF vai investigar concentração no setor petroquímico
Inquérito foi aberto ontem em São Paulo e vai ouvir Petrobras e o Grupo Odebrecht
AGNALDO BRITO
DE SÃO PAULO
O Ministério Público Federal de São Paulo instaurou inquérito civil ontem para investigar as negociações do
setor petroquímico brasileiro
que resultaram na formação
da Braskem -a maior companhia do setor na América
Latina-, controlada pelo
Grupo Odebrecht e com participação da Petrobras.
O inquérito estará sob a
responsabilidade do procurador da República, Rafael
Siqueira de Pretto.
A representação, entregue
ao MPF em março deste ano,
questiona a operação de
transferência de patrimônio
da Petrobras e da Petroquisa
(braço petroquímico da estatal) para a fusão com ativos
da Braskem.
Braskem e Petrobras montaram, desde 2007, um movimento estratégico para a
construção de uma grande
petroquímica no país. A Petrobras comprou a Suzano
Petroquímica e a Unipar
(Quattor) e os consolidou
dentro da Braskem.
A denúncia contida na representação, que foi transformada agora em inquérito
civil, é a de que a Petrobras
transferiu ativos públicos à
revelia da Lei de Desestatização, sem a realização de leilões -como já ocorreu no início dos anos 90 no setor petroquímico.
Segundo a Folha apurou,
serão alvo das investigações
da Petrobras, a Petroquisa, o
Grupo Odebrecht, a Braskem
e a Norquisa. A representação foi assinada pela advogado Telma Hirata, que atua no
escritório Gorentzvaig Sociedade de Advogados.
Boris Gorentzvaig, personagem histórico do setor petroquímico, é um dos empresários que têm questionado
ao longo dos últimos anos a
concentração do setor patrocinado pelo governo federal
e pela Petrobras.
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