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Governo dá nova ajuda a bancos públicos
BNDES e Caixa receberão mais R$ 7 bilhões para manter a capacidade de empréstimo pelos próximos dois anos
Serão R$ 4,5 bi para o BNDES e R$ 2,5 bi para
a Caixa; aporte vai ser feito via transferência de ações da Petrobras
EDUARDO CUCOLO
DE BRASÍLIA
O governo federal liberou
uma ajuda de mais R$ 7 bilhões para manter a capacidade de empréstimo do
BNDES (banco estatal de desenvolvimento) e da Caixa
Econômica Federal nos próximos dois anos.
O objetivo é garantir que
os bancos públicos possam
manter o ritmo de desembolso no crédito para habitação
e empresas e também financiar obras relacionadas à Copa do Mundo de 2014, aos Jogos Olímpicos de 2016 e ao
PAC (Programa de Aceleração do Crescimento).
Serão R$ 4,5 bilhões para o
BNDES e R$ 2,5 bilhões para
a Caixa. O aporte vai ser feito
via transferência de ações da
Petrobras que pertencem à
União. Sem o dinheiro, os
bancos ficariam impedidos
de fazer novos empréstimos
a partir do próximo ano, pois
alcançariam o limite mínimo
de capital fixado pelo BC.
Para cada R$ 100 emprestados aos clientes, o banco
precisa ter R$ 11 de capital (o
valor varia de acordo com as
características do capital e
dos empréstimos).
A Caixa tinha R$ 17,10 no
final de junho. O valor sobe
agora para R$ 18,60.
Esse é o quarto aporte de
recursos para a Caixa desde
2005, no total de R$ 17 bilhões que foram incorporados ao seu capital.
O BNDES já recebeu
R$ 180 bilhões do governo
nos últimos dois anos, não
para reforçar seu capital,
mas sim para repassar a empresas.
No caso da Caixa, a soma
dos novos recursos com a folga de capital que o banco ainda possui permite dobrar o
valor da carteira de crédito
da instituição até o final de
2012, de R$ 150 bilhões para
R$ 300 bilhões.
No final de 2009, o banco
já havia recebido R$ 6 bilhões do Tesouro. Na época,
previa aumento de 30% no
crédito para este ano. Agora,
já projeta expansão de quase
50%, o que levou à necessidade de reforçar seu capital.
MAIS CRÉDITO
Desde a crise de 2008, o
governo vem usando os bancos estatais para garantir a liberação de crédito no país,
para consumo e investimentos. O crédito nos bancos públicos cresceu 66% no período e representa 42% do total.
Nos privados, avançou 18%.
Para bancar esse crescimento, foi preciso capitalizar
as instituições. O Banco do
Brasil, por exemplo, aumentou seu capital em cerca de
R$ 10 bilhões por meio de
operações no Brasil e no exterior, com o governo e o setor privado.
No caso do BNDES, o Tesouro Nacional optou por
transferir o dinheiro diretamente para empréstimos, já
que o banco não tinha problema de capital.
Com o capital reforçado, a
Caixa busca agora diversificar as fontes de recursos para
aumentar seu "funding" para empréstimos.
O banco obteve R$ 1 bilhão
no ano com a emissão de letras financeiras de longo prazo. Deve obter mais R$ 500
milhões até novembro, com a
emissão de certificados de recebíveis imobiliários.
De acordo com o vice-presidente de Finanças da Caixa, Márcio Percival, o banco
se prepara ainda para fazer,
em 2011, a primeira captação
da sua história no exterior.
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