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Arrecadação em alta compensa gastos
Enquanto despesas de Estados e municípios sobem quase 10%, as receitas tributárias têm aumento de até 20%
No 1º trimestre, a arrecadação de ICMS cresceu 20%; em SP, receitas aumentaram quase 20% até abril
EDUARDO CUCOLO
DE BRASÍLIA
O aumento na arrecadação está ajudando Estados e
municípios a manterem seus
gastos neste ano eleitoral.
No primeiro trimestre, a
arrecadação do principal tributo estadual, o ICMS, cresceu 18%, puxada pelo bom
desempenho da economia
brasileira. Arrecadou R$ 62
bilhões de janeiro a março.
As receitas totais dos
maiores Estados do país
avançaram nesse mesmo ritmo. No Rio de Janeiro, por
exemplo, o governo arrecadou nos quatro primeiros
meses o equivalente a 40%
dos tributos que entraram
nos cofres em 2009.
Em São Paulo, puxadas
também pelo IPVA, que responde por quase um quinto
dos tributos, as receitas aumentaram quase 20% no
quadrimestre.
Números do Confaz (Conselho Nacional de Política
Fazendária) mostram que esse aumento de receitas se
deu em todas as regiões, sem
alterar significativamente o
peso de cada Estado no total.
Os gastos dos governos regionais, segundo especialistas, subiram quase 10% nesse começo do ano. A diferença entre os dois indicadores
explica por que, apesar dessa
alta, os Estados estão cumprindo suas metas fiscais.
Segundo dados do BC, a
contribuição de Estados e
municípios para o superavit
primário do setor público
cresceu 33% entre janeiro e
abril. Já supera até o verificado em 2008, quando a arrecadação também apresentava forte crescimento.
Para o economista Otto
Nogami, professor do Insper
(Instituto de Ensino e Pesquisa), o aumento das receitas
vai continuar beneficiando
os governos regionais em
2011, mesmo que haja uma
desaceleração da economia.
Segundo ele, há uma defasagem entre a arrecadação
da União e o repasse das receitas de tributos compartilhados com outras esferas de
governo, como IPI (Imposto
sobre Produtos Industrializados) e Imposto de Renda, o
que ajudar a conter os gastos
estaduais ao longo do ano.
Nogami questiona também a qualidade dessas despesas. No período pré-eleitoral, diz, os recursos acabam
sendo direcionados para despesas de custeio e para a aceleração de obras que já estão
em andamento. Ficam em segundo plano os novos projetos que não ficariam prontos
antes da eleição.
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