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commodities
Bahia é alvo de nova "corrida do ouro"
Mineradoras investem bilhões de dólares no Estado, que superou Minas como principal destino de pesquisas
Proximidade com o litoral compensa, em alguns casos, atuação em áreas com menor concentração de minério
FERNANDO CANZIAN
ENVIADO ESPECIAL À BAHIA
A Bahia se tornou alvo de
uma nova "corrida do ouro"
entre mineradoras no país.
O Estado já ultrapassara
Minas Gerais como principal
destino de pesquisas para a
extração de commodities minerais e agora atrai investimentos bilionários capazes
de se pagar em prazos relativamente curtos.
"Ouro", no caso, são minérios como ferro, níquel e vanádio, com preços e perspectivas de consumo em alta.
Nessa corrida, estão grandes e novas mineradoras, como Ferrous, Mirabela, Bahia
Mineração (Bamin) e Largo
Mineração.
Em 2009, foram registrados na Bahia 3.391 requerimentos de pesquisas minerais (1ª posição no país), ante
2.357 em Minas Gerais.
Entre os principais atrativos do Estado, além de uma
quantidade cada vez maior
de descobertas de jazidas, está a proximidade com o
Atlântico. É de onde o minério sai para exportação.
Mesmo em jazidas em que
o ferro extraído tem um teor
mais baixo do que em outras
áreas de Minas, a economia
com a logística de transporte
compensa o investimento.
Caso da Ferrous, de apenas três anos e que está se
tornando a quarta empresa
do país em jazidas auditadas.
Seus investimentos na Bahia podem chegar a US$ 2 bilhões, caso a empresa decida
de fato pela construção de
um "minerioduto" de 100 km
ligando o município de Coração de Maria à Baía de Todos
os Santos, em Salvador.
A Ferrous tem como principais sócios um empresário
australiano, fundos de investimento dos EUA e duas famílias de Minas Gerais ligadas à
área de mineração.
INVESTIMENTOS
As jazidas alvo dos investimentos têm potencial para
produzir 15 milhões de toneladas de minério de ferro por
ano e podem ser exploradas
por cerca de 30 anos.
Segundo André Simão, diretor administrativo, é de
28% o teor de ferro extraído
das rochas na jazida. Em Minas Gerais, ele chega a 34%.
Para a venda como commodity, o minério tem de estar concentrado a 66%.
"Mesmo que se gastem US$ 2
a mais para atingir um teor
maior, a distância e a logística compensam", diz Simão.
Com o "minerioduto", o
minério de ferro pode chegar
a US$ 27 a tonelada no porto
(seriam US$ 32 via caminhão). Mas, com o produto
ao redor de US$ 120 a tonelada, o investimento pode se
pagar em até seis anos.
Além do minério de ferro,
há novos investimentos em
commodities como níquel e
vanádio -empregado em ligas para aços usados nas indústrias aeroespacial e bélica, entre outros.
A Largo Mineração está investindo, em Maracás, US$
270 milhões (com retorno em
dois anos) para extrair 13,6
quilos de vanádio para cada
tonelada de rocha explorada.
Parte do rejeito é aproveitada como minério de ferro
de baixa concentração.
Kurt Menchen, diretor-geral da canadense Largo, afirma que a concentração de
1,36% é uma das maiores do
mundo e que o produto pode
ser vendido a US$ 36 o quilo.
A jazida da Largo será explorada antes de 2013 e produzirá 5.500 toneladas/ano
(ou 7% do total mundial).
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