São Paulo, quarta-feira, 29 de junho de 2011

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Se aprovada, união terá restrições, dizem especialistas

LORENNA RODRIGUES
DE BRASÍLIA

Os órgãos concorrenciais brasileiros viram com preocupação a possibilidade de acordo entre Pão de Açúcar e Carrefour, apurou a Folha.
Especialistas creem que dificilmente a operação será aprovada sem restrições pelo Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica).
Mesmo antes do anúncio oficial ontem, integrantes do Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência encomendaram estudos técnicos sobre o mercado de varejo brasileiro para entender o tamanho da concentração possível e se antecipar à fusão.
Segundo a Folha apurou, esses dados poderão levar o Cade a firmar um Apro (Acordo de Reversibilidade da Operação) com as empresas.
Esse tipo de acordo é geralmente feito logo após o conselho ser notificado e prevê que as operações das redes se mantenham separadas até o julgamento pelo conselho.
A análise da fusão deverá ser feita pelo Cade não com base na concentração nacional (27% do mercado de varejo e 32% em supermercados), e sim levando em conta a presença das redes em cada Estado, município, e, em grandes cidades como São Paulo e Rio, até mesmo bairros.
Se o conselho verificar que em um local só existam supermercados das duas marcas, poderá determinar a venda de uma das lojas.
"Não é só a participação de mercado pura e simples que tem que ser considerada, mas os efeitos predadores da operação. São duas marcas bastante fortes que funcionam como barreira à entrada [de concorrentes]", afirma o ex-presidente do Cade Rui Coutinho.
Outra preocupação será a análise do efeito da fusão sobre os fornecedores, já que, juntas, as redes poderiam boicotar marcas ou impedir o acesso de novos produtores.


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