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Portugal Telecom recua e aceita ser minoritária na Oi
ELVIRA LOBATO
DO RIO
A Portugal Telecom aceitou pagar até R$ 8,4 bilhões
para ser acionista minoritária da Oi, e continuar no mercado brasileiro, após sua retirada da Vivo. Até então, ela
insistia em ser controladora.
O grupo desembolsará R$
1,2 bilhão por 10% da Telemar Participações, holding
que controla as empresas do
grupo Oi. A Oi, em contrapartida, comprará 10% da PT
por 800 milhões.
O acordo, costurado em
três dias, mantém o controle
com os sócios brasileiros Andrade Gutierrez e grupo La
Fonte (família Jereissati) que,
junto ao fundo de Pensão
Atlântico, dos empregados
da Oi, têm 50,1% das ações.
Para viabilizar o acerto, o
BNDES e os fundos de pensão Previ (Banco do Brasil),
Petros (Petrobras) e Funcef,
que têm 49,9% do capital da
holding, venderão ações aos
portugueses. A Oi nega que o
Palácio do Planalto tenha intermediado o negócio.
A Portugal Telecom investirá os outros R$ 7,2 bilhões
na subscrição de futuros aumentos de capital da Oi e na
compra de 35% da Andrade
Gutierrez Telecomunicações
e da LF Telecomunicações.
Segundo o presidente do
grupo Andrade Gutierrez,
Otávio Azevedo, somadas as
participações societárias diretas e indiretas, a Portugal
Telecom terá peso econômico de 22,38% na Oi, embora o
poder de voto seja menor.
O negócio só foi possível
porque a Portugal Telecom
aceitou que o controle acionário da Oi ficasse inalterado, afirma Azevedo. ""Somos
parceiros, mas eles controlam a operação em Portugal e
nós controlamos a aqui."
O grupo português entrará
no acordo de acionistas já
existente. Terá um assento
no Conselho de Administração da holding e indicará o
diretor de tecnologia. As empresas dividirão meio a meio
projetos no exterior, e visam
a América do Sul e a África.
Segundo o presidente da
Oi, Luiz Falco, a empresa retoma o nível de endividamento de antes da compra da
Brasil Telecom, há 18 meses.
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