São Paulo, quinta-feira, 29 de julho de 2010

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Portugal Telecom recua e aceita ser minoritária na Oi

ELVIRA LOBATO
DO RIO

A Portugal Telecom aceitou pagar até R$ 8,4 bilhões para ser acionista minoritária da Oi, e continuar no mercado brasileiro, após sua retirada da Vivo. Até então, ela insistia em ser controladora.
O grupo desembolsará R$ 1,2 bilhão por 10% da Telemar Participações, holding que controla as empresas do grupo Oi. A Oi, em contrapartida, comprará 10% da PT por 800 milhões.
O acordo, costurado em três dias, mantém o controle com os sócios brasileiros Andrade Gutierrez e grupo La Fonte (família Jereissati) que, junto ao fundo de Pensão Atlântico, dos empregados da Oi, têm 50,1% das ações.
Para viabilizar o acerto, o BNDES e os fundos de pensão Previ (Banco do Brasil), Petros (Petrobras) e Funcef, que têm 49,9% do capital da holding, venderão ações aos portugueses. A Oi nega que o Palácio do Planalto tenha intermediado o negócio.
A Portugal Telecom investirá os outros R$ 7,2 bilhões na subscrição de futuros aumentos de capital da Oi e na compra de 35% da Andrade Gutierrez Telecomunicações e da LF Telecomunicações.
Segundo o presidente do grupo Andrade Gutierrez, Otávio Azevedo, somadas as participações societárias diretas e indiretas, a Portugal Telecom terá peso econômico de 22,38% na Oi, embora o poder de voto seja menor.
O negócio só foi possível porque a Portugal Telecom aceitou que o controle acionário da Oi ficasse inalterado, afirma Azevedo. ""Somos parceiros, mas eles controlam a operação em Portugal e nós controlamos a aqui."
O grupo português entrará no acordo de acionistas já existente. Terá um assento no Conselho de Administração da holding e indicará o diretor de tecnologia. As empresas dividirão meio a meio projetos no exterior, e visam a América do Sul e a África.
Segundo o presidente da Oi, Luiz Falco, a empresa retoma o nível de endividamento de antes da compra da Brasil Telecom, há 18 meses.


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