São Paulo, quinta-feira, 29 de julho de 2010

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NEGÓCIOS

Petrobras afirma que operação com a Caixa foi "de oportunidade"

DO RIO - À espera da capitalização, a Petrobras busca diversificar suas fontes de financiamento e diz que o empréstimo de R$ 2 bilhões com a Caixa Econômica Federal foi uma "operação de oportunidade", de "longo prazo" e com taxas de juros "atraentes" e "compatíveis" com as de mercado -sem revelar, entretanto, as condições da linha de crédito.
O financiamento é vinculado às receitas futuras com exportações da companhia (os chamados recebíveis), que servem como garantia de pagamento. Esse tipo de operação, de menor risco, costuma ter taxas mais baixas.
Diferentemente de 2008, quando a crise secou linhas de crédito em bancos privados e obrigou a estatal a recorrer à Caixa, a Petrobras afirma não enfrentar nenhuma dificuldade de caixa. No final de 2008, a estatal teve de tomar um empréstimo de curto prazo da Caixa de R$ 3,6 bilhões para fazer frente ao pagamento de tributos e outras obrigações.
"A empresa se encontra em situação confortável de caixa e a operação se enquadra no curso normal das atividades da Petrobras", informou a estatal, em nota.
A estatal não informa na nota, mas a Folha apurou que o empréstimo tem também como objetivo manter o ritmo de investimentos neste ano enquanto não é concluída a capitalização da companhia, prevista para setembro.
Para Max Bueno, analista da Spinelli, a situação do mercado é "bem diferente do que em 2008", quando linhas de crédito se fecharam à companhia. "A operação com a Caixa é para diversificar fontes de financiamento e manter o nível de investimento previsto."
Segundo Osmar Camilo, da Socopa Corretora, a petroleira não tem problemas de caixa nem dificuldade em captar recursos atualmente -o que pode vir a acontecer se perder o grau de investimento, caso a capitalização não seja bem-sucedida.
"Às vezes, é mais vantajoso tomar um empréstimo e manter aplicados os recursos que estão em caixa. E a Caixa tem boas condições e contato facilitado com a Petrobras por terem o mesmo controlador [a União]", diz. (PEDRO SOARES)


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