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NEGÓCIOS
Petrobras afirma que operação com a Caixa foi "de oportunidade"
DO RIO - À espera da capitalização, a Petrobras busca diversificar suas fontes de financiamento e diz que o empréstimo
de R$ 2 bilhões com a Caixa
Econômica Federal foi uma
"operação de oportunidade",
de "longo prazo" e com taxas
de juros "atraentes" e "compatíveis" com as de mercado
-sem revelar, entretanto, as
condições da linha de crédito.
O financiamento é vinculado às receitas futuras com exportações da companhia (os
chamados recebíveis), que
servem como garantia de pagamento. Esse tipo de operação, de menor risco, costuma
ter taxas mais baixas.
Diferentemente de 2008,
quando a crise secou linhas de
crédito em bancos privados e
obrigou a estatal a recorrer à
Caixa, a Petrobras afirma não
enfrentar nenhuma dificuldade de caixa. No final de 2008, a
estatal teve de tomar um empréstimo de curto prazo da
Caixa de R$ 3,6 bilhões para
fazer frente ao pagamento de
tributos e outras obrigações.
"A empresa se encontra em
situação confortável de caixa e
a operação se enquadra no
curso normal das atividades
da Petrobras", informou a estatal, em nota.
A estatal não informa na nota, mas a Folha apurou que o
empréstimo tem também como objetivo manter o ritmo de
investimentos neste ano enquanto não é concluída a capitalização da companhia, prevista para setembro.
Para Max Bueno, analista
da Spinelli, a situação do mercado é "bem diferente do que
em 2008", quando linhas de
crédito se fecharam à companhia. "A operação com a Caixa
é para diversificar fontes de financiamento e manter o nível
de investimento previsto."
Segundo Osmar Camilo, da
Socopa Corretora, a petroleira
não tem problemas de caixa
nem dificuldade em captar recursos atualmente -o que pode vir a acontecer se perder o
grau de investimento, caso a
capitalização não seja bem-sucedida.
"Às vezes, é mais vantajoso
tomar um empréstimo e manter aplicados os recursos que
estão em caixa. E a Caixa tem
boas condições e contato facilitado com a Petrobras por terem o mesmo controlador [a
União]", diz.
(PEDRO SOARES)
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