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Lula demite presidente dos Correios
Decisão de despedir Carlos Henrique Custódio e seu diretor de Gestão de Pessoas visa estancar crise política
Ambos foram indicados por Hélio Costa, que tem apoio do PT em Minas e nega contágio; sucessor trabalhou com Roriz
LETÍCIA SANDER
ANDREZA MATAIS
LEILA COIMBRA
FILIPE COUTINHO
DE BRASÍLIA
Na tentativa de evitar a politização da crise dos Correios, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva demitiu o
presidente da empresa, Carlos Henrique Custódio, e o diretor de Gestão de Pessoas,
Pedro Magalhães Bifano.
O engenheiro David José
de Matos, que trabalhou nos
governos de Joaquim Roriz e
José Roberto Arruda, no Distrito Federal, vai assumir a
vaga de Custódio.
As demissões devem ser
publicadas no "Diário Oficial
da União" de hoje. Os dois foram indicados pelo ex-ministro das Comunicações Hélio
Costa, candidato do PMDB
ao governo de Minas Gerais.
Lula seguiu recomendação de Erenice Guerra (Casa
Civil) e Paulo Bernardo (Planejamento), que foram escalados para fazer um raio-X da
instituição em junho, após
uma crise de gestão que culminou com o atraso na entrega de correspondências.
O ministro das Comunicações, José Artur Filardi, e a
cúpula do PMDB não foram
consultados. José Serra
(PSDB) fez menções críticas,
ao longo da campanha, à administração dos Correios.
O relatório dos ministros
apontava três problemas: 1)
atraso na licitação de 1.429
franquias cujos contratos
vencem em novembro e que
podem causar um "apagão
postal"; 2) logística falha; 3)
demora na realização do concurso público que atraiu
mais de 1 milhão de inscritos.
SEM COMUNICAÇÃO
O raio-X apontou ainda
que os diretores não se comunicavam e não funcionavam
como um colegiado, emperrando todas decisões administrativas da estatal.
Na gestão de Custódio, no
posto desde 2006, os Correios tiveram o menor lucro
na era Lula (em 2009). O ganho foi impactado pelo rombo do fundo de pensão Postalis, como revelou a Folha.
Nesta semana, surgiu nova crise com a revelação de
que o site dos Correios tinha
um manual ensinando os
candidatos a conquistar eleitores. Ele foi alterado após a
Folha publicar a notícia.
Pedro Magalhães era o
responsável pela realização
do concurso. Será substituído por Nelson de Oliveira,
uma indicação do PT.
O ex-ministro Hélio Costa
minimizou as demissões.
"Não vejo como nada de excepcional. Não tenho nada a
dizer." O mesmo tom foi adotado pelo líder do PMDB, Henrique Alves (RN). ""Não vai
ter nenhuma repercussão
política. Foi uma avaliação
técnica baseada em problemas administrativos internos." A Folha apurou que o
PMDB decidiu não brigar por
mais seis meses de cargo.
FOLHA.com
Leia entrevista com o
novo presidente dos
Correios em
folha.com.br/po774315
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