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Carlyle compra grupo paulista dono da TriFil
Fundo adquire 51% da Scalina em negócio que pode chegar a R$ 280 milhões
Objetivo é expandir
as operações e abrir o
capital da organização
brasileira, que faturou
R$ 400 milhões em 2009
CAMILA FUSCO
DE SÃO PAULO
O Carlyle Group, segundo
maior fundo de "private
equity" (participação em empresas) do mundo, fechou a
compra do controle do grupo
Scalina, dono da fabricante
de meias TriFil.
A transação, que não teve
os termos financeiros revelados, prevê a aquisição de
51% da Scalina. Os recursos
partirão do fundo South
America Buyout, do Carlyle,
e do Fundo de Internacionalização de Empresas, em parceria com o Banco do Brasil.
Segundo a Folha apurou,
o negócio chegou a R$ 280
milhões. As empresas, porém, não comentaram os valores envolvidos.
Pelos termos do negócio,
os sócios fundadores da Scalina, Ronaldo Heilberg e Bruno Heilberg, que compartilhavam a gestão da empresa,
passarão a integrar o conselho de administração, com
outros dois representantes
do Carlyle.
Um presidente-executivo
será nomeado em conjunto
nos próximos meses.
"O crescimento da classe
média, o aumento no consumo e os investimentos em infraestrutura, que eliminarão
gargalos para o setor, são alguns dos motivadores do investimento na Scalina", diz
Juan Carlos Felix, diretor do
Carlyle no Brasil.
Fundada em 1963 em São
Paulo, a Scalina teve faturamento de R$ 400 milhões no
ano passado. Além da TriFil,
a companhia controla a linha
de moda íntima Scala e tem
licença para produzir e comercializar produtos da rede
de surfe Mormaii e da linha
Turma da Mônica.
No segmento de meias-calças, carro-chefe da empresa,
a companhia detém 40% de
participação de mercado. Somando o segmento de lingerie, a fatia é diluída para
aproximadamente 10%.
"A estratégia é trabalhar
na abertura agressiva de lojas, no fortalecimento do relacionamento com clientes,
no lançamento de produtos e
nos canais de distribuição,
para triplicar as vendas da
companhia dentro de cinco
anos", afirma Felix.
Hoje a Scalina comercializa os produtos da marca TriFil por 13,5 mil lojas multimarcas e cerca de cem lojas
franqueadas Scala.
EXPANSÃO
Por ano, a companhia produz cerca de 120 milhões de
peças, distribuídas em três
fábricas na Bahia e na Grande São Paulo.
Desse volume, 5% são exportados, principalmente
para os EUA, a Europa e a
América Latina. A intenção é
ampliar a participação nos
mercados internacionais.
Além disso, a companhia
está sendo preparada a passos largos para uma abertura
de capital, com a estruturação da governança corporativa e de controles.
Segundo os moldes do
Carlyle, a saída do fundo das
empresas em que investe
acontece em geral entre três e
cinco anos.
A compra da fatia da Scalina faz parte dos planos do
Fundo de Internacionalização de Empresas, com recursos de R$ 400 milhões, constituído no mês passado em
parceria com o BB.
NEGOCIAÇÕES
A operação de compra do
controle é a terceira do Carlyle no país neste ano.
Em janeiro, ele adquiriu o
controle da rede de agências
de viagem CVC por aproximadamente US$ 700 milhões -R$ 1,2 bilhão. Em julho, foi a vez da Qualicorp, de
serviços e gestão de planos
de saúde, por US$ 850 milhões (R$ 1,5 bilhão).
No mundo, o Carlyle tem
US$ 90,5 bilhões em ativos
sob sua gestão, distribuídos
em 67 fundos.
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