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BC vê mercado dividido sobre futuro do juro
Cenário de inflação dificulta previsões, diz Copom na ata da reunião que manteve taxa
EDUARDO CUCOLO
DE BRASÍLIA
Depois de criticar alguns
analistas por conta de previsões pessimistas para a inflação, o BC reconheceu que o
mercado financeiro está dividido em relação à tendência
dos juros no próximo ano.
A instituição defende, no
entanto, a política de manutenção dos juros adotada nos
últimos três meses e diz que
não foi surpreendida pela alta recente nos preços dos alimentos, que já estava incorporada nos seus cálculos.
A avaliação faz parte da
ata da reunião do Copom
(Comitê de Política Monetária do BC) da semana passada, quando o comitê decidiu
manter novamente os juros
básicos em 10,75% ao ano.
Segundo o BC, choques
econômicos recentes dificultaram ainda mais a realização de previsões, o que pode
ser visto "no caráter bimodal
da visão dos analistas consultados" pela instituição.
"Uma parte percebe um
cenário inflacionário benigno, no qual a taxa Selic permanece estável no horizonte
relevante; ao mesmo tempo
em que outra parcela mostra
ceticismo e advoga pela elevação da taxa básica."
Para analistas, o documento divulgado ontem confirma que a taxa básica de juros será mantida na última
reunião do ano, em dezembro, e que o BC deixará para o
próximo governo a tarefa de
trazer a inflação de volta para
o centro da meta de 4,5%.
Na ata, o BC cita a alta dos
alimentos como principal risco para a inflação em 2009 e
2010. A instituição diz, no entanto, que o índice oficial de
preços caminha para a meta.
Apesar da desaceleração
da economia nos últimos trimestres, o BC diz que a demanda doméstica continua
robusta, devido ao crescimento da renda e do crédito.
Por outro lado, a utilização
da capacidade da indústria e
o mercado de trabalho mostram estabilidade, e os efeitos da alta recente dos juros
ainda não se esgotaram.
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