São Paulo, sexta-feira, 29 de outubro de 2010

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BC vê mercado dividido sobre futuro do juro

Cenário de inflação dificulta previsões, diz Copom na ata da reunião que manteve taxa

EDUARDO CUCOLO
DE BRASÍLIA

Depois de criticar alguns analistas por conta de previsões pessimistas para a inflação, o BC reconheceu que o mercado financeiro está dividido em relação à tendência dos juros no próximo ano.
A instituição defende, no entanto, a política de manutenção dos juros adotada nos últimos três meses e diz que não foi surpreendida pela alta recente nos preços dos alimentos, que já estava incorporada nos seus cálculos.
A avaliação faz parte da ata da reunião do Copom (Comitê de Política Monetária do BC) da semana passada, quando o comitê decidiu manter novamente os juros básicos em 10,75% ao ano.
Segundo o BC, choques econômicos recentes dificultaram ainda mais a realização de previsões, o que pode ser visto "no caráter bimodal da visão dos analistas consultados" pela instituição.
"Uma parte percebe um cenário inflacionário benigno, no qual a taxa Selic permanece estável no horizonte relevante; ao mesmo tempo em que outra parcela mostra ceticismo e advoga pela elevação da taxa básica."
Para analistas, o documento divulgado ontem confirma que a taxa básica de juros será mantida na última reunião do ano, em dezembro, e que o BC deixará para o próximo governo a tarefa de trazer a inflação de volta para o centro da meta de 4,5%.
Na ata, o BC cita a alta dos alimentos como principal risco para a inflação em 2009 e 2010. A instituição diz, no entanto, que o índice oficial de preços caminha para a meta.
Apesar da desaceleração da economia nos últimos trimestres, o BC diz que a demanda doméstica continua robusta, devido ao crescimento da renda e do crédito.
Por outro lado, a utilização da capacidade da indústria e o mercado de trabalho mostram estabilidade, e os efeitos da alta recente dos juros ainda não se esgotaram.


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