São Paulo, sábado, 29 de outubro de 2011

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Dólar acumula baixa de 10,5% no mês

Plano europeu e disputa entre agentes financeiros fizeram preço da moeda dos EUA ceder para menos de R$ 1,69

Desde abril de 2003, mercado financeiro nacional não registrava queda mensal de dois dígitos no câmbio

EPAMINONDAS NETO
DE SÃO PAULO

A taxa de câmbio doméstica recuou pelo terceiro dia e alcançou o valor de R$ 1,684 (em queda de 1,46%), o nível de preços mais baixo desde 9 de setembro.
A esse valor, a cotação da divisa americana já acumula uma desvalorização de 10,5% neste mês. Desde abril de 2003 o mercado não via uma queda mensal de dois dígitos.
A maior parte dessa desvalorização pode ser explicada por fatores externos. A taxa cambial avançou 18% no mês passado porque a aversão a risco dos participantes do mercado havia recrudescido severamente.
O risco da implosão do euro, impensável faz poucos anos, havia se tornado assunto corrente nas praças financeiras. Mas, a partir do momento em que as apostas em uma solução de "último minuto" ganharam força entre os habituais formadores de opinião nos mercados financeiros, o pânico começou a ser gradualmente descontado dos preços.
A taxa de câmbio, que encostou em R$ 1,90 entre setembro e outubro, voltou a oscilar em torno de R$ 1,70, descendo mais um degrau após o anúncio do plano anticrise na quinta-feira.

ESTRANHAMENTO
Economistas do setor financeiro estranharam a queda de ontem, na contramão da tendência internacional -o euro caiu de US$ 1,42 para US$ 1,41- depois de uma advertência da agência de "rating" Fitch.
Já profissionais das mesas de operações sacaram uma explicação habitual: a disputa entre grandes investidores, que mantém apostas contra e a favor do dólar no mercado futuro e que se acirra no final de mês.
Profissionais do setor consideram que o dólar ainda pode bater R$ 1,65 nos próximos dias, principalmente porque a volatilidade de ontem tende a se repetir no início desta semana.
Felipe Pellegrini, gerente da mesa de operações do banco Confidence, não descarta que a taxa cambial volte a sofrer repiques nesse patamar de preços. E lembra que ontem o Banco Central já voltou a intervir no mercado.


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