São Paulo, sábado, 29 de outubro de 2011 |
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VAIVÉM MAURO ZAFALON - mauro.zafalon@uol.com.br Brasileiro assume OIC; meta é aumentar consumo de café O brasileiro Robério Silva assume a direção da OIC (Organização Internacional do Café) na próxima semana. O novo diretor-executivo da entidade diz que a "recebe em muito bom estado". Parte desse cenário favorável se deve ao desempenho recente do setor, que tem demanda crescente e preços elevados, favorecendo a renda do produtor. Para Silva, "algumas lições estão sendo aprendidas nesse setor, inclusive a de que o produtor precisa ter ganhos reais para obter café de qualidade". De um lado, os "traders" perceberam que preços deprimidos não são desejáveis. De outro, os produtores aprenderam a comercializar, afirma ele. Esse novo cenário aumenta a responsabilidade da OIC, principalmente com a necessidade de disseminação de informações consistentes que ajudem os participantes do setor a tomar suas decisões. O novo diretor-executivo julga que uma das funções importantes da entidade é a de promover fóruns entre produtores, indústrias e "tradings". Ele afirma que, apesar dessa maior participação da entidade no mercado, a função dela jamais será a de ações intervencionistas. Um dos grandes desafios nos próximos anos será o de manter crescente o consumo. Para isso, o diretor-executivo reforça a necessidade de ações coordenadas com as indústrias. E um dos primeiros passos foi dado nesta semana, quando Silva manteve encontro com Andrea Illy, da italiana Illycaffè. Silva acredita na continuidade de bons momentos para o café, mas diz que ainda não se sente à vontade para estimativas. Em encontro dos dois com a Folha, passou a incumbência para Illy, que prevê aumento de consumo de pelo menos 30 milhões de sacas em uma década. Dois caminhos vão facilitar a elevação do consumo, segundo o presidente da Illycaffè. Primeiro, a população está ficando mais velha e as pessoas de mais idade consomem mais café. Segundo, as indústrias colocam cada vez mais produtos específicos para o público jovem, elevando o consumo nesse segmento. FRASE "Lições estão sendo aprendidas, inclusive a de que o produtor precisa ter ganhos para obter café de qualidade" ROBÉRIO SILVA diretor-executivo eleito da OIC Caminho inverso Após registrar as menores pressões desde a década de 60, os alimentos voltam a pesar forte na inflação americana. O indicador de preços do setor de alimentação, que foi de 0,8% em 2010, poderá atingir 4,5% neste ano e 3,5% no próximo. O que sobe A alta é efeito da aceleração dos preços das commodities. Indicações de órgãos do próprio governo dos EUA apontam que a carne bovina terá elevação de 9%, enquanto os cereais deverão subir entre 4% e 5% neste ano. Atacado No Brasil, os preços dos alimentos perderam a pressão no atacado neste mês, quando ficaram estáveis. Mesmo assim, acumulam alta de 3,4% no ano e de 10,2% em 12 meses, segundo dados da Fundação Getulio Vargas. Em queda Já os preços pagos pelos consumidores tiveram queda neste mês, mas ainda acumulam 7,8% nos últimos 12 meses. Texto Anterior: Análise preços: Órgão dos EUA impõe limites para derivativos de commodities Próximo Texto: Kátia Abreu: Crime de lesa-humanidade Índice | Comunicar Erros |
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