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Com 13º na mão, é possível ter desconto em débito
MARIANA SCHREIBER
DE SÃO PAULO
Pagar as dívidas deve ser
sempre a primeira opção para usar o 13º salário ou qualquer renda extra que entrar
no orçamento, orientam os
especialistas em finanças
pessoais.
O planejador financeiro
Valter Police Jr. aconselha o
endividado a começar pelas
dívidas mais caras, ou seja,
com taxas de juros mais altas. Já o educador financeiro
Álvaro Modernell considera
que é melhor pagar as menores primeiro.
"Isso vai dar mais organização e tranquilidade, que é
o que o endividado precisa.
Assim ele evita constrangimentos com amigos, com parentes, com colegas de trabalho e com lojistas", afirma.
Ambos, no entanto, concordam que os endividados
devem congelar os gastos e
aproveitar que têm dinheiro
na mão para negociar com
bancos e empresas a redução
dos débitos.
O porteiro Kleber de Jesus,
29, conseguiu um desconto
de 43% nas dívidas que tinha
no banco Itaú e na varejista
Pernambucanas, durante o
programa "Acertando suas
Contas", promovido em São
Paulo pelo SCPC (Serviço
Central de Proteção ao Crédito) na semana passada.
O valor somado caiu de
R$ 1.400 para R$ 790. Ele vai
usar o 13º salário de R$ 800
para quitar o débito e pretende agora economizar para
comprar uma casa com a mulher, que é enfermeira.
"Agora que limpei meu nome, podemos fazer um financiamento na Caixa e usar o
FGTS", contou.
RESERVA
Para quem está com as
contas em dia, o 13º salário é
um instrumento importante
para evitar o endividamento,
acrescentam os consultores
financeiros.
Segundo Modernell, quem
tem um orçamento apertado
e sempre termina o mês com
poucos recursos deveria poupar essa renda extra. Assim,
terá uma reserva para fazer
frente a algum gasto emergencial.
Police Jr. aconselha o trabalhador a separar parte do
dinheiro para as contas típicas de início de ano, como
IPVA, IPTU, matrícula e material escolar.
Ele observa que, no verão,
muitas pessoas tiram férias,
recebem salário adiantado, e
voltam do recesso com pouco
dinheiro. Por isso, é preciso
se planejar antes.
"Se fizer dívidas para pagar as contas, provavelmente
vai passar o ano inteiro enrolado", concorda Ricardo Pereira, consultor financeiro do
site Dinheirama.
INVESTIMENTO
A DJ Miria Alves, 20, que
há poucos meses trabalha
como vendedora, vai usar
sua poupança de quase
R$ 1.000 e seu 13º de R$ 500
para investir no trabalho.
Ela pretende comprar discos e um equipamento -chamado serato- que possibilita criar efeitos em arquivos
de música digitais como se
fossem gravados em vinis.
"Em vez de poupar, quero
tentar aumentar minha renda em 2011", contou.
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