São Paulo, segunda-feira, 29 de novembro de 2010

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Com 13º na mão, é possível ter desconto em débito

MARIANA SCHREIBER
DE SÃO PAULO

Pagar as dívidas deve ser sempre a primeira opção para usar o 13º salário ou qualquer renda extra que entrar no orçamento, orientam os especialistas em finanças pessoais.
O planejador financeiro Valter Police Jr. aconselha o endividado a começar pelas dívidas mais caras, ou seja, com taxas de juros mais altas. Já o educador financeiro Álvaro Modernell considera que é melhor pagar as menores primeiro.
"Isso vai dar mais organização e tranquilidade, que é o que o endividado precisa. Assim ele evita constrangimentos com amigos, com parentes, com colegas de trabalho e com lojistas", afirma.
Ambos, no entanto, concordam que os endividados devem congelar os gastos e aproveitar que têm dinheiro na mão para negociar com bancos e empresas a redução dos débitos.
O porteiro Kleber de Jesus, 29, conseguiu um desconto de 43% nas dívidas que tinha no banco Itaú e na varejista Pernambucanas, durante o programa "Acertando suas Contas", promovido em São Paulo pelo SCPC (Serviço Central de Proteção ao Crédito) na semana passada.
O valor somado caiu de R$ 1.400 para R$ 790. Ele vai usar o 13º salário de R$ 800 para quitar o débito e pretende agora economizar para comprar uma casa com a mulher, que é enfermeira.
"Agora que limpei meu nome, podemos fazer um financiamento na Caixa e usar o FGTS", contou.

RESERVA
Para quem está com as contas em dia, o 13º salário é um instrumento importante para evitar o endividamento, acrescentam os consultores financeiros.
Segundo Modernell, quem tem um orçamento apertado e sempre termina o mês com poucos recursos deveria poupar essa renda extra. Assim, terá uma reserva para fazer frente a algum gasto emergencial.
Police Jr. aconselha o trabalhador a separar parte do dinheiro para as contas típicas de início de ano, como IPVA, IPTU, matrícula e material escolar.
Ele observa que, no verão, muitas pessoas tiram férias, recebem salário adiantado, e voltam do recesso com pouco dinheiro. Por isso, é preciso se planejar antes.
"Se fizer dívidas para pagar as contas, provavelmente vai passar o ano inteiro enrolado", concorda Ricardo Pereira, consultor financeiro do site Dinheirama.

INVESTIMENTO
A DJ Miria Alves, 20, que há poucos meses trabalha como vendedora, vai usar sua poupança de quase R$ 1.000 e seu 13º de R$ 500 para investir no trabalho.
Ela pretende comprar discos e um equipamento -chamado serato- que possibilita criar efeitos em arquivos de música digitais como se fossem gravados em vinis.
"Em vez de poupar, quero tentar aumentar minha renda em 2011", contou.


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