São Paulo, domingo, 30 de janeiro de 2011

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Câmbio e preço estimulam compra de imóvel nos EUA

Brasileiros se tornam compradores disputados por corretores na Flórida e em NY

Dólar baixo e crise do setor nos EUA atraem cliente; apartamento já é mais barato em Miami do que no Rio

JANAINA LAGE
DO RIO

A combinação de dólar barato e preços de imóveis ainda em conta nos EUA deu novo fôlego para esse mercado no exterior.
A Flórida ainda é a meca do investidor brasileiro interessado em imóveis fora do país. O movimento ganhou força em 2010 e, segundo especialistas, deve continuar em alta neste ano.
Segundo Marco Fonseca, representante para o Brasil da NAR (Associação Nacional de Corretores, na sigla em inglês), dados de 2009 mostram que a Flórida é o Estado com maior proporção de estrangeiros entre os proprietários de imóveis, com 26%.
As compras de estrangeiros, com destaque para os brasileiros, são citadas nos jornais da Flórida como o fator que impediu uma crise ainda maior do mercado.
Dados da Associação de Corretores de Miami mostram que, em dezembro, as vendas de casas usadas cresceram 4%. Os preços médios foram de US$ 133,1 mil, o que mostra recuperação em relação a novembro, mas ainda ficam abaixo do patamar de igual mês do ano anterior.

BRASIL
No último congresso de vendas para estrangeiros da Associação de Corretores de Miami, o Brasil aparece ao lado de China e Oriente Médio como público-alvo.
Em 2009, a América Latina representava apenas 6% das compras de estrangeiros, mas corretores esperam uma mudança nas estatísticas impulsionada pelos brasileiros.
Tradicionalmente, o comprador brasileiro não financia imóveis, mas já existem opções em bancos americanos com exigências como 40% de entrada e juros de 6% ao ano.
Antonio Conde, diretor de Marketing e Comercialização do Secovi-SP, afirma que já é possível perceber um aumento da procura de brasileiros por imóveis em Nova York, embora o movimento seja mais discreto.
"Quem compra apartamentos de dois quartos são brasileiros, para realizar uma ambição pessoal", disse.
O presidente da Piquet Realty afirma que, de cada 10 novas propriedades na região, 8 são vendidas para estrangeiros. Os brasileiros representam metade das compras. "O dólar já estimulou a compra em Miami no passado, mas essa combinação com preços tão em baixa é inédita", afirma.
Para divulgar os lançamentos, a empresa investe em parceria com a loja de móveis Artefacto, que tem 25 pontos de venda no Brasil. O nome da empresa é divulgado ainda em leilões de gado.
Ele diz que um apartamento de dois quartos de frente para o mar pode sair por cerca de R$ 350 mil, bem menos do que imóveis semelhantes na orla do Rio de Janeiro.
Para quem não domina o inglês, há a opção de recorrer a uma empresa de concierge do grupo, que busca o cliente no aeroporto e apresenta a vida de Miami ao comprador.


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