|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros
Aeroportos passarão por certificação de segurança
Unidades que não se adaptarem às regras internacionais terão capacidade reduzida; prazo termina em dezembro de 2013
MARIANA BARBOSA
DE SÃO PAULO
A preparação da Infraero
para uma abertura de capital
não se limita a questões administrativas e financeiras.
A estatal tem até dezembro
de 2013 para adaptar seus 23
maiores aeroportos a critérios internacionais de segurança.
O aeroporto que não conseguir se adequar terá a capacidade reduzida gradualmente para menos de 1 milhão de passageiros.
A certificação, emitida pela Anac (Agência Nacional de
Aviação Civil), é obrigatória
para aeroportos com mais de
1 milhão de passageiros.
Os critérios foram estabelecidos pela agência, em linha com as normas da Oaci,
organização das Nações Unidas para a aviação civil.
Um estudo da SBPT (Sociedade Brasileira de Planejamento de Transportes) analisou 8 dos 20 maiores aeroportos do país e encontrou 74
problemas críticos. Os mais
comuns são relativos à falta
de área de escape e a obstáculos na pista.
Segundo Anderson Correia, ex-diretor da Anac e autor do estudo, os aeroportos
de Congonhas, Santos Dumont e Porto Alegre são os
mais problemáticos.
"Não há como fazer área
de escape em Congonhas
sem diminuir muito a pista, o
que reduziria a capacidade
do aeroporto", explica.
Outro problema de Congonhas é a distância mínima
entre a pista e o terminal de
passageiros.
"O terminal de Congonhas
foi construído em 2006 e, na
época, a Infraero foi alertada
pelo DAC (antecessor da
Anac) sobre a não conformidade da obra", diz Correia.
Os critérios são divididos
em três categorias: intoleráveis, toleráveis (com programa de mitigação de riscos) e
aceitáveis.
O regulamento permite à
agência, em certos casos, negociar com os aeroportos medidas para mitigar o risco
quando não for possível seguir totalmente os critérios
operacionais ideais.
Por exemplo, impondo
condições para a operação
dos aviões, como a proibição
do pouso com reverso (dispositivo que auxilia na frenagem do avião) travado em
dias de chuva.
Esse tipo de negociação é
comum em outros países. Há
muitos aeroportos nos EUA e
na Europa que não atendem
totalmente aos critérios e
adotam medidas alternativas
para reduzir riscos.
Segundo a Anac, o regulamento diz que o processo está em andamento e não haverá extensão de prazo. "O processo brasileiro está integralmente alinhado com as referências da Oaci. É seguro dizer que o processo de certificação observa apenas requisitos técnicos e de segurança
das operações aéreas", afirmou o diretor de infraestrutura da Anac, Rubens Vieira.
Texto Anterior: Edital-modelo não faz exigências sobre qualidade do terminal no RN Próximo Texto: Frase Índice | Comunicar Erros
|